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Alunos e professores protestam contra diretora acusada de racismo
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Estudantes, professores e representantes de entidades sociais realizaram no início da tarde de hoje, 5, um protesto em frente ao Colégio Agnes, localizado no Trapiche da Barra, em Maceió.
O manifesto foi contra a atitude racista que teria partido da proprietária da instituição de ensino, Suely Dias, contra a professora de gramática Thaynara Cristina da Silva, de 25 anos.
Segundo Thaynara, a dona do colégio falou, em frente a alunos, que gostaria de ter um chicote para a professora relembrar os tempos de escravidão. A declaração causou indignação nos estudantes e foi parar nas redes sociais.

Uma estudante contou à reportagem que Suely invadiu a sala de aula e disparou: "quem for para Ouro Branco que compre o melhor chicote de couro para chicotear a professora para voltarmos ao tempo que ela tanto teme que era a escravidão".
Alberto Jorge, presidente da Comissão das Minorias Éticas e Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, em Alagoas, informou que ao saber do fato, entrou em contato com a professora. "O protesto é uma luta contra aqueles que insistem em discriminar o negro por causa da sua pele", disse.
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O professor de geografia da rede privada de ensino Elton Santos fez questão de participar do manifesto. "As escolas particulares precisam passar por uma radiografia", destacou.
Thaynara Cristina, emocionada, disse que a atitude da direção da escola foi desprezível. "O protesto é uma oportunidade de fazer história do povo preto de Maceió. Estou muito orgulhosa dos meus alunos. Vamos continuar lutando".
Outro lado
A diretora do Colégio Agnes, Suely Dias, acusada de racismo contra a professora Thaynara Cristina da Silva, 25, dentro da sala de aula, disse que "tudo não passou de um mal entendido". O fato teria ocorrido na terça-feira, 4.
Em conversa com o EXTRA, Suely informou que gostaria de dialogar mais calmamente com Thaynara e, caso seja necessário, pedir desculpas a ela e às pessoas que se sentiram ofendidas.
"Fui pega de surpresa. Ex-alunos e professores vieram me procurar para saber o que aconteceu. Sim, falei sobre Ouro Branco e a qualidade do couro daquela cidade, mas ela levou como eu queria bater nela", disse.
Também declarou que sempre apoiou e admirou a proximidade da professora com os alunos e suas lutas raciais e sociais.