A Polícia Federal realizou buscas na sexta-feira, 12, em endereços ligados a Mariângela Fialek, a Tuca, ex-assessora associada a Arthur Lira, para investigar suspeitas sobre o uso de recursos de emendas parlamentares.

A ação fez parte da Operação Transparência, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do STF, que determinou apuração sobre possíveis irregularidades envolvendo repasses oriundos da Câmara dos Deputados.

Mariângela Fialek, atualmente, está lotada na Liderança do Partido Progressista na Câmara dos Deputados. Nos últimos dois anos ela acumulou a função de coordenar a liberação de recursos do orçamento secreto e de fiscalizar, como membro titular do Conselho Fiscal da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf), a aplicação de emendas parlamentares em obras.

Fialek, segundo informação noticiada pelo portal Metrópoles, ocupou o cargo de conselheira da estatal desde abril de 2020. Cerca de um ano depois, em março de 2021, ela se tornou chefe da assessoria especial do presidente da Câmara, posto que ainda exerce.

A ex-assessora tem formação em Direito e atua há quase duas décadas em funções de assessoramento legislativo, chegou ao Conselho Fiscal por indicação do Ministério do Desenvolvimento Regional, órgão ao qual a Codevasf ficava subordinada no governo Bolsonaro.

A PF informou que apura indícios dos crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção. Um dos mandados ocorreu na sala ocupada pela assessora dentro da Câmara.

No fim de 2024, Dino havia ordenado investigação sobre R$ 4,2 bilhões pagos em emendas pela Câmara, além de suspender os repasses após representação apresentada pelo PSOL ao STF.

O partido apontou que líderes de 17 siglas enviaram ao governo uma lista com 5.449 emendas de comissão, modificando destinações sem anuência das comissões. O documento recebeu aval da Casa Civil.