AÇÃO DE DESPEJO
Demolição de terreiros e despejo de moradores causam revolta em Maceió
Ação acontece durante momento de pandemia e incertezas sobre economia local
Como se não bastasse a pandemia de Coronavírus que assola o mundo, cerca de 2 mil moradores de uma comunidade conhecida como "Favelinha", localizada por trás da Avenida Dr. Fábio Wanderley, no bairro da Cidade Universitária, em Maceió, precisam agora se preocupar com o despejo e a demolição de residências.
Uma ordem de desocupação da Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social foi enviada na última sexta-feira, 17, dando prazo de até 10 dias para os moradores deixarem a região. Dois terreiros, inclusive, estão ameaçados de serem demolidos.
Mesmo com todo o contexto de pessoas ficando desempregadas e a incerteza em relação ao futuro da economia e da saúde pública, residências de moradores que estão no local há mais de 40 anos já começaram a ser demolidas.
Assista
De acordo com o pai de santo Wagner Campos, que há oito anos possui um terreiro no local, "alguns moradores já moram aqui 10, 40, 50 anos. Eles [poder público] alegam que precisamos deixar os imóveis para que possam construir conjuntos habitacionais", explica.
Um documento de notificação enviado ao EXTRA por um dos moradores mostra "Instalação indevida/invasão com equipamento em área pública" como a causa da demolição.
Entra as soluções impostas pela pasta municipal está a apresentação do documento de regularização, caso contrário, será feita "a remoção/manutenção do material conforme prazo determinado".

Campos questiona a ação diante do que está acontecendo em Maceió e no mundo: "Dez dias úteis em meio à pandemia para sermos retirados do local. Muitos não sabem nem o que está acontecendo direito porque não chegaram para explicar, não tem ordem judicial e nada escrito no Diário Oficial".
O EXTRA entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social. Segundo nota encaminhada, a ação atendeu denúncias de moradores da região sobre a existência irregular de lotes em área pública.
A pasta informou ainda que foram demolidas cerca de 30 construções em fase inicial, como lotes cercados, muros e alicerces. Além disso, os responsáveis por aproximadamente 50 imóveis irregulares foram notificados para desocupação e remoção dos equipamentos instalados, por estarem invadindo a área pública. Confira a nota na integra:
Uma ação da Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs), na manhã dessa sexta-feira (17) no conjunto Eustáquio Gomes de Melo, atendeu denúncias de moradores da região sobre a existência irregular de lotes em área pública. Foram demolidas cerca de 30 construções em fase inicial, como lotes cercados, muros e alicerces. Além disso, os responsáveis por aproximadamente 50 imóveis irregulares foram notificados para desocupação e remoção dos equipamentos instalados, por estarem invadindo a área pública. Participaram da ação fiscais das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) e Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social, sob a coordenação da Semscs, e a Polícia Militar.
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