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Novo ministro das Comunicações foi citado em delação de ex-executivo da Odebrecht em Alagoas
Parlamentar foi investigado por supostamente receber recursos da Odebrecht Ambiental
O futuro ministro das Comunicações, o deputado Fabio Faria (PSD-RN), foi alvo de quatro inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de recebimento de caixa dois eleitoral e crimes eleitorais, entre eles, um que envolve a Odebrecht, em Alagoas.
O parlamentar foi investigado por supostamente receber recursos da Odebrecht Ambiental via caixa 2 para abastecer sua campanha eleitoral em 2010, mas as acusações foram arquivadas devido a documentos colhidos pelo Ministério Público Federal acabarem sendo considerados ilegais.
O inquérito foi aberto com base nas delações de Alexandre José Lopes Barradas, ex-diretor da empresa, Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis, ex-presidente e fundador da Odebrecht Ambiental, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o "BJ", ex-presidente da Odebrecht, Ariel Parente, ex-executivo da Odebrecht em Alagoas, e João Antônio Pacífico Ferreira, ex-diretor da empresa.
Apenas uma investigação segue na Justiça Eleitoral. As demais foram arquivadas. Fabio Faria, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a recriada pasta das Comunicações, também foi citado em delação por executivos da J&F e da Odebrecht por supostos repasses ilegais feitos a ele e ao seu pai, o ex-governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD), em troca de favorecimento ilegal em atividades das empresas no estado.
O caso também chegou a ser arquivado por falta de prova, mas, em junho do ano passado, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a reabertura de uma investigação contra o deputado com base na delação premiada de Ricardo Saud, ex-executivo do grupo J&F.
O pedido teve com base provas obtidas com a quebra de sigilo telemático de um dos advogados envolvidos no caso, denunciado no início do ano pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem dinheiro por suspeita de participação em um esquema de compra de sentenças na Justiça Eleitoral.
Os documentos acabaram sendo considerados ilegais, a PGR voltou atrás da decisão e manteve o pedido de arquivamento da investigação contra Faria.
As apurações sobre os repasses ao pai do futuro ministro, contudo, seguem no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte.
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