CAOS NO TRÂNSITO
Interdição de avenida no Bebedouro causa atrito entre Braskem e Câmara

A gravidade do quadro de instabilidade no solo, com o risco iminente de afundamento e surgimento de crateras no bairro de Bebedouro, decorrente das atividades de mineração da Braskem, não intimida o vereador Francisco Sales, presidente da Comissão Especial de Investigação (CEI) da Câmara. Ele reclamou da interdição da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, que liga Bebedouro ao Centro da cidade, adotada como medida de segurança para preservar vidas ante a possibilidade de um desastre geológico naquela região.
Em audiência interna realizada, ontem, com a Braskem, o vereador argumentou que a mobilidade urbana da cidade está comprometida com a interdição da avenida de Bebedouro devido aos riscos de movimento do solo e cobrou a instalação de sismógrafos para avaliar o quadro de instabilidade, visando a possibilidade de liberar a pista.
Segundo ele, “isso [a interdição da pista] vem gerando um caos muito grande em toda a região e na cidade, pois a nossa Avenida Fernandes Lima vem se comprometendo a cada dia com essa interdição”, disse Francisco Sales, lembrando da importância da via de acesso entre a parte baixa e a parte alta da cidade.
A circulação pela única avenida de Bebedouro foi interrompida no dia 28 de março por recomendação da Defesa Civil de Maceió em função do avanço na instabilidade do solo no bairro e em outros três: Mutange, Bom Parto e Pinheiro. Desde então, o problema tem evoluído e novas determinações para segurança da população de Maceió são anunciadas. A mais recente envolve a recomendação, também pela Defesa civil, de delimitações de áreas para transporte aquático na Lagoa Mundaú onde estão localizadas as minas de sal-gema.
Outra medida, que ainda não foi anunciada oficialmente, mas foi questionada na reunião, seria a interdição da Ladeira do Calmon, em Bebedouro. Hoje, a ladeira é rota de passagem obrigatória para o veículo que está no bairro Santa Amélia e vai ao Farol.
Os integrantes da CEI cobraram dos diretores da Braskem, na reunião, o cumprimento do prazo para a instalação dos sismógrafos, que irão possibilitar a avaliação para abertura da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro. A empresa informou que seis equipamentos já foram instalados. No total, 10 sismógrafos devem fazer o monitoramento em toda área dos bairros afetados pele fenômeno. O sismógrafo é um aparelho que detecta os movimentos do solo, incluindo os gerados pelas ondas sísmicas.
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