CONCLUSÃO DA POLÍCIA
Corpo de bebê que tinha sumido foi descartado em lixo hospitalar de maternidade, em Maceió

Após três meses de investigação, a Polícia Civil de Alagoas concluiu o inquérito sobre o desaparecimento do corpo de um bebê na maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Maceió. A conclusão é de que o corpo do natimorto foi descartado de forma não intencional junto com lixo hospitalar. A informação é da Revista Crescer e foi divulgada nesta sexta-feira, 15.
O caso aconteceu em outubro de 2020. Na época, a mãe, Ariane, e o marido, Issael Carlos da Silva, passaram pela trágica experiência de perder um filho. Com 32 semanas de gestação, eles descobriram que o coração do bebê havia parado de bater. No entanto, dois dias depois do parto, quando o pai voltou para buscar o corpo do filho para o funeral, o hospital informou que havia "perdido" o corpo da criança.
Em entrevista à CRESCER, Issael disse que, desde então, tem sido "uma batalha". "O hospital nunca ligou pra gente. Solicitei prontuários, eles demoraram para entregar... Nesse tempo, foram quase três meses para chegar à conclusão que, de fato, o corpo do nosso filho foi jogado no lixo, nos tirando o direito de fazer um sepultamento digno pra ele. É um absurdo isso! O hospital não nos ligou, não pediu desculpa, nem fala com a imprensa. É uma irresponsabilidade imensa. O corpo do nosso filho nunca foi encontrado e não vai ser encontrado porque foi totalmente descartado no lixo hospitalar e provavelmente destruído", desabafou.
No inquérito, segundo a advogada da família, Michelle Uchoa, a polícia afirma que o hospital não teve a intenção de descartar o corpo do bebê. Agora, a família pretende ingressar com uma ação judicial contra o hospital e o governo do estado.
"O reconhecimento do erro pelo funcionário reforça a responsabilidade civil da casa de saúde, que deve assumir o dever de reparar os danos causados aos pais, sejam eles de ordem materiais, e, sobretudo, os morais. Não se justifica um descarte de um corpo sob responsabilidade da casa de saúde, quando essa já havia liberado para o pai a documentação para providenciar o enterro. Além disso, a assistente social havia informado que o corpo poderia ficar na geladeira por até 30 dias", disse a advogada.
"O hospital tem culpa sim. Foi alguém, um funcionário que errou, que pegou meu filho e colocou em um plástico de cor errada e o jogou no lixo. Essa pessoa foi mal instruída e mal treinada; e o hospital precisa responder pelo erro e reparar seus danos", finalizou Issael. O bebê seria o primeiro filho do casal.
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