HOMOFOBIA
Pastora recebe ameaças de morte após celebrar união entre mulheres em Maceió
Polícia Civil de Alagoas designou a delegada Luci Mônica para assumir as investigações
Na manhã desta quarta-feira, 15, a pastora batista e teóloga Odja Barros foi à Delegacia-Geral de Alagoas para prestar depoimento devido a ameaças de morte que ela e a família recebem após a religiosa celebrar um casamento entre duas mulheres. A cerimônia da união homoafetiva ocorreu no dia 5 deste mês.
Desde a divulgação do casamento, mensagens violentas e desrespeitosas se tornaram corriqueiras. Na última segunda, 13, as ameaças se intensificaram: um homem enviou mensagens de áudio e foto segurando uma arma. “Tá vendo esse revólver aqui? Eu vou colocar cinco bala (sic) na sua cabeça, viu, sua sapatão?! Nunca que você é uma teóloga. Nunca, mano! Tá tirando, mano”, lê-se na mensagem.
“Tu tá usando a Bíblia, mano, que nunca leu um livro pra casar duas mulé (sic), sendo que Deus condena isso lá em Levítico. Você tá tirando, mano, teóloga? Quantos livro (sic) você leu, cara? Você vai pagar, minha irmã, porque eu já tenho aqui os seus familiares”.
Na terça, 14, ela prestou queixa e fez um boletim de ocorrência. A religiosa foi à Secretaria da Mulher e Direitos Humanos para registrar a denúncia de crimes de ódio religioso e homofobia. “A minha mãe recebeu ameaça de morte no Instagram dela”, escreveu a filha da pastora em sua rede social.
Por conta das ameaças, a Polícia Civil de Alagoas designou a delegada Luci Mônica para assumir as investigações referentes às ameaças sofridas pela pastora Odja Barros. A polícia também informou por meio de nota que as investigações já começaram e que o inquérito está 90% concluído.
Por meio de nota, o Grupo Gay de Alagoas, entidade fundadora do movimento LGBTQIA+ repudiou veementemente as ameaças proferidas contra a pastora. "Ao mesmo tempo nos solidarizar com a pastora e familiares, que diretamente ou indiretamente sofrem a tenção, pelas ameaças proferidas por algum criminoso covarde, que através de sua rede social ou um fake, ameaçou a pastora de atirar por várias vezes em sua cabeça".
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