CRIME PREMEDITADO

Polícia prende homens acusados de homicídio em Campestre

Crime aconteceu na sexta-feira que antecedeu o carnaval, em uma feira na cidade
Por Bruno Fernandes com assessoria 07/03/2023 - 09:44
Atualização: 07/03/2023 - 13:05
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Assessoria
Promotoria de Cajueiro pediu prisão preventiva de guarda municipal que atirou em deficiente físico
Promotoria de Cajueiro pediu prisão preventiva de guarda municipal que atirou em deficiente físico

A Polícia Civil de Alagoas prendeu dois homens de 43 e 28 anos, que eram identificados como guardas municipais, mas essa informação foi descartada, acusados de crime de homicídio, ocorrido no dia 17 de fevereiro deste ano, durante operação deflagrada na manhã desta terça-feira, 7.

O homicídio aconteceu na sexta-feira que antecedeu o carnaval, em uma feira na cidade de Campestre. A operação foi denominada “Ressaca do Carnaval”. A vítima, morta a tiros, na presença de dezenas de pessoas, foi identificada como Eromar Isídio da Silva, 21 anos, conhecido como “Mari”.

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A ação foi comandada pelo delegado Cícero Lima, Regional de Novo Lino, e cumpriu mandado de prisão expedido pelo juiz Darlan Soares Souza, após representação feita pela autoridade policial.

O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público Estadual na manhã de ontem, 6. Para o órgão, o pedido de prisão preventiva está fundamentado na necessidade de garantia da ordem pública, para assegurar a aplicação da lei penal e em prol da conveniência da instrução criminal.

“Sob o prisma da garantia da ordem pública, merece ser destacado que o seu conceito não se limita a prevenir a reprodução de fatos criminosos, mas também acautelar o meio social e a própria credibilidade da Justiça em face da gravidade do crime e de sua repercussão”, pontuou o promotor de Justiça Frederico Alves.

Durante a operação, foram apreendidas duas armas – uma espingarda, calibre 12, e um revólver.

Investigações preliminares revelam que os guardas municipais já haviam tentado matar a vítima, meses atrás, e acabaram por consumar o assassinato às vésperas do carnaval.

O crime originou-se de uma briga entre a vítima e um filho do acusado, de 43 anos, durante um jogo de futebol, em novembro de 2021.

A vítima empurrou o rapaz, o que irritou o guarda municipal, que prometeu vingança. Os guardas, após a prisão, estão à disposição da Justiça.

 Esclarecimento

No início desta tarde, o Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Alagoas (Sindguarda-AL) distribuiu nota oficial para esclarecer que os dois homens presos sob a acusação de homicídio em Campestre não são guardas municipais. Diferentemente do que foi repassado à mídia, não existe Guarda Municipal regulamentada naquela cidade.

" Os contratados pela Prefeitura de Campestre não integram a categoria. Conforme a Lei Federal 13.022/2014, os servidores devem ingressar na Guarda Municipal por meio de concurso público, não se admitindo qualquer exceção. Não há registros da Lei de Criação da Guarda Municipal ou de edital de concurso público no município.

A prática de contratação de pessoal para exercer ilegalmente a função de guarda municipal é prática comum em Alagoas. O Sindguarda combate diariamente essa ilegalidade, que só traz prejuízos à categoria e à sociedade. Reiteradas denúncia já foram feitas ao Ministério Público do Estado de Alagoas.

Os guardas municipais precisam ter a conduta ilibada comprovada por meio de certidões negativas, precisam ser capacitados e passar por avaliações psicológicas periódicas. Esses seguranças contratados não têm legitimidade para atuar como guardas municipais".

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