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Aplicativo Discord é usado por criminosos sexuais e neonazistas

Ferramenta se populariza e tem sido explorada por criminosos para circular conteúdos violentos
Por José Fernando Martins 02/07/2023 - 10:18
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Divulgação
Plataforma de comunicação é usada para fazer apolo­gia ao nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual
Plataforma de comunicação é usada para fazer apolo­gia ao nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual

Aplicativo popular entre os jovens, o Discord vem sendo alvo de investigações por hos­pedar canais que promovem apolo­gia ao nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual. Conhecido por sua capacidade de chat de voz, texto e vídeo, o Discord é amplamente uti­lizado por gamers para se comuni­carem com amigos e outros usuários enquanto jogam online. No entanto, o aplicativo tem sido explorado por criminosos para circular conteúdos violentos. Guilherme Alves, gerente da organização não governamental (ONG) Safernet, explica que o Dis­cord oferece várias funcionalidades, incluindo servir como um fórum de bate-papo.

“O Discord é uma plataforma de comunicação onde as pessoas po­dem se comunicar de forma privada ou participar de grupos chamados servidores, onde podem trocar men­sagens de texto, áudio e vídeo. Eles podem participar de transmissões ao vivo por voz e vídeo”, detalha Al­ves. Ele enfatiza que o aplicativo ga­nhou popularidade entre os jovens nos últimos anos. “Durante muito tempo foi reconhecido como um es­paço para comunidades virtuais de jogos, que é um tema de interesse para muitos adolescentes. Mais re­centemente, temos visto algumas comunidades envolvendo conteúdos extremamente violentos.”

Devido ao aumento da violência nesse ambiente, Alves defende que a plataforma adote uma postura mais proativa no desenvolvimen­to de ferramentas e políticas para conter a disseminação de conteúdo criminoso. Na terça-feira, 27, poli­ciais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) do Rio de Janeiro deflagraram a Ope­ração Dark Room e apreenderam dois adolescentes apontados como responsáveis por cometer estupros e induzir meninas à automutilação e ao suicídio por meio da plataforma Discord. Um dos detidos, um jovem de 17 anos, é considerado um dos principais líderes do grupo.

A operação ocorreu em Pedra de Guaratiba, na zona oeste da capital do Rio, e no município de Volta Re­donda, na região do Médio Paraíba fluminense, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra os dois adolescentes. Foram apreendidos dispositivos eletrônicos. As investigações tiveram início em março deste ano, após o comparti­lhamento de dados de inteligência com a Polícia Federal e polícias civis de diversos estados. Durante a apu­ração, a equipe da DCAV constatou os crimes cometidos por jovens e ado­lescentes na plataforma.

O Discord também foi tema de reportagens do Fantástico, que ex­pôs criminosos que, além de abusar sexualmente de jovens, incluindo gravação de vídeos de estupro, uti­lizavam a ferramenta para amea­çar políticos de morte. 

O Ministé­rio Público do Estado de São Paulo (MPSP) disponibilizou um endereço de e-mail para as vítimas denuncia­rem atos ilícitos de intolerância e mi­soginia cometidos por meio virtual e eletrônico na plataforma Discord. Por meio do endereço nai.intoleran­[email protected], as denúncias serão acolhidas e ouvidas para que os res­ponsáveis sejam responsabilizados. Essa ação faz parte de uma força-ta­refa criada em maio pelo MPSP para combater esses crimes.

Leia a matéria na íntegra no Jornal EXTRA, nas bancas!

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