MAIO LARANJA

Sesau atendeu em três meses 336 crianças vítimas de violência sexual

Número é mais que a metade do que foi registrado durante todo o ano de 2023
Por Adja Alvorável 18/05/2024 - 06:00

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Reprodução/ Pixabay
Campanha Maio Laranja visa conscientizar e combater a exploração e o abuso sexual infantil
Campanha Maio Laranja visa conscientizar e combater a exploração e o abuso sexual infantil

De janeiro a março de 2024, a Rede de Atenção às Violências (RAV), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de Alagoas, atendeu a 336 crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

O número é mais que a metade do que foi registrado durante todo o ano de 2023, quando a RAV atendeu, de janeiro a dezembro, 605 vítimas.

O trabalho da RAV é feito na linha de cuidado aos vulneráveis, acolhendo grupos como mulheres, crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, povos e comunidades tradicionais, pessoas pretas e comunidade LGBTQIAP.

Um caso que veio à tona nesta semana reacendeu o alerta sobre esse tipo de violência, especialmente este mês, em meio à campanha Maio Laranja, que visa conscientizar e combater a exploração e o abuso sexual infantil.

No caso citado, a mãe de um menino de três anos de idade denunciou uma creche em Maceió após perceber machucados no pênis do menino. À mãe, o menino relatou que uma professora tocou no pênis dele durante o banho na creche. 

A genitora registrou um boletim de ocorrência e a criança passou por um exame de corpo de delito. A polícia aguarda o recebimento do laudo, que deve esclarecer se houve abuso sexual ou maus-tratos no momento de higienizar a criança.


Maioria são meninas entre 10 e 14 anos
As meninas são a maioria das vítimas acolhidas este ano pelo RAV, com 286 atendimentos este ano, o que corresponde a 85,1% do total.

No mesmo período, 50 meninos vítimas de violência sexual foram atendidos pelo RAV, o que corresponde a 14,9% do total de registros.

Quanto à idade, a faixa etária de 10 a 14 foi que teve maior quantidade de atendimentos, com 123 registros, correspondendo a 36,6% do total de vítimas acolhidas.

“Quando uma criança ou adolescente vítima de violência sexual chega até a RAV, tem acesso a psicólogos, psiquiatras, pediatras, ginecologistas, enfermeiros, exames com peritos do IML [Instituto Médico Legal] e até o apoio da Polícia Civil. Toda essa rede garante que o dano sofrido seja minimizado durante o ciclo de vida dessas pessoas”, afirmou a gerente operacional da RAV, enfermeira Thaylise Brito.

Com a RAV, todo o acompanhamento seja feito em um único espaço, sem a necessidade de o paciente ficar percorrendo vários locais.

“Quando fazemos o acolhimento inicial de crianças vítimas de abuso e exploração sexual, percebemos todo o desconforto e o trauma que a violência gerou. Porém, conforme o acompanhamento adequado e especializado vai avançando, nós conseguimos observar a evolução no quadro dos pacientes, apesar do grande trauma sofrido”, explicou a gerente operacional da RAV.

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