CASO KATHARINA
Inquérito sobre morte de menina enforcada é encerrado sem indiciar ninguém
Polícia conclui que Maria Katharina cometeu suicídio aos 10 anos de idadeA Polícia Civil de Alagoas encerrou o inquérito que investigava a morte da menina Maria Katharina Simões da Costa, de 10 anos, sem indiciar nenhum responsável pelo crime. O inquérito aponta que a garota, encontrada enforcada dentro de um estábulo numa propriedade da família em Palmeira dos Índios, teria cometido suicídio.
O caso aconteceu em 8 de julho deste ano e abalou a população alagoana. Katharina foi encontrada pela mãe sem vida. O corpo, segundo testemunhas, estava enrolado por uma corda. No local havia uma cadeira que, na avaliação da polícia, foi utilizada pela menina para ter acesso acesso ao telhado onde a corda foi pendurada.
O chefe de operações da 5ª DRP, Diogo Martins, confirmou o encerramento do caso através de vídeo. Segundo ele, o laudo pericial da reprodução simulada dos fatos que aconteceram na casa da Maria Katharina ficou pronto e os peritos constataram que era possível a menina ter amarrado a corda e cometido suicídio sozinha. Não foram identificadas lesões de defesa, nem sinais de luta no corpo da criança.
"No local não havia indícios que apontassem a participação de uma terceira pessoa. O inquérito foi concluído. Ninguém foi indiciado, tendo em vista que não há elementos que apontem alguma pessoa que tenha cometido algum crime”, disse.
A polícia, agora, vai abrir um segundo inquérito para investigar relatos sobre maus tratos provocados pelo pai da criança, feitos pelas testemunhas, inclusive o irmão mais novo de Katharina.
Em depoimento à polícia, a mãe de Katharina acusou o pai da menina de violência doméstica e solicitou, no dia da morte da filha, medidas protetivas prevista na Lei Marinha da Penha. Ela contou aos policiais a relação conturbada com o marido e disse que estava em processo de divórcio.
Foi a mãe de katharina que encontrou o corpo da menina preso por cordas, que estavam amarradas no telhado do estábulo. Ela não estava mais na casa da família e foi avisada pelo marido que Katharina havia ficado sozinha no imóvel porque ele precisou socorrer e levar o filho caçula à UPA da cidade. O menino havia se ferido durante uma brincadeira com a irmã.
A mãe contou à polícia que chamou pela menina ao chegar ao portão da fazenda e que, não vindo ninguém atendê-la, deu à volta no terreno da casa e pulou o muro. Ao passar pelo estábulo, encontrou a filha. Além das cordas, havia no local duas cadeiras que a polícia acredita terem sido utilizadas como instrumentos na morte da menina. Katharina chegou a ser levada à unidade de saúde, mas ao dar entrada a equipe apenas constatou o óbito.