Em levantamento realizado entre fevereiro e maio do ano passado, foi traçado o perfil do consumo cultural nas capitais brasileiras. Em Maceió, os dados indicam baixo acesso a atividades culturais, mas com grande potencial de crescimento a partir do interesse da população.

A pesquisa "Cultura nas Capitais", conduzida pela JLeiva Cultura & Esporte com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale, ouviu 19.500 pessoas em todas as capitais do país, incluindo 600 moradores de Maceió. O estudo contou com apoio da Fundação Itaú e foi viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura

Maceió apresenta um dos menores índices de visitação a museus (11%), porém concentra o maior público potencial para essa atividade (40%). São pessoas que não frequentaram museus no período analisado, mas demonstraram alto interesse em fazê-lo.

A capital alagoana está entre as capitais onde o teatro aparece como o espaço cultural mais frequentado. Cerca de 14% dos moradores afirmaram ter ido a teatros, índice acima da média nacional (5%). Os espaços mais citados foram os teatros Gustavo Leite e Deodoro. Ainda assim, o percentual de frequentadores permanece abaixo da média das capitais (19% em Maceió contra 25% nacionalmente).

Festas juninas e cultura popular

A festa junina é considerada o evento mais importante da cidade, segundo 33% dos entrevistados. Já o Carnaval foi mencionado por 5%. Entre aqueles que frequentaram festas populares, 87% foram a festejos juninos, o maior índice entre as capitais, empatado com Goiânia. O número representa cerca de 25% da população de Maceió.

Outros hábitos e preferências culturais

A cidade está entre as capitais onde forró, música romântica, brega e reggae têm maior presença. Em relação às apresentações de dança, 48% dos entrevistados demonstraram interesse em assistir a espetáculos. As festas populares aparecem com 55% de interesse.

Entre os moradores de Maceió, 84% afirmam que a cultura tem grande importância em suas vidas. Para 88%, o governo deveria dar mais atenção ao setor cultural. A acessibilidade é considerada um fator relevante na escolha de eventos por 87% dos entrevistados, e a abordagem étnico-racial por 82%.