POLÍTICA
Bulhões é contra anistia, mas diz que povo está decepcionado com Lula
Alagoano critica atraso de entregas de obras pelo país, principalmente pelo PAC
O deputado federal Isnaldo Bulhões, atual líder do MDB na Câmara, atribui a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao atraso de obras por todo o país, principalmente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em entrevista ao O Globo, Bulhões avalia que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, utiliza de um “excesso de burocracia” e que o eleitor de Lula está “decepcionado e triste” com a quebra de expectativa.
Bulhões também disse ser contra o projeto de lei que anistia acusados e condenados pelo 8 de janeiro de 2023, mas que irá seguir o que a maioria da bancada definir.
"Do ponto de vista político, falando como deputado, sou contrário a anistiar. No exercício da liderança, vou retratar o sentimento médio da bancada. Mas os integrantes do MDB têm que discutir isso com profundidade, pela responsabilidade que têm com a história da redemocratização. Mesmo que tenha sido atabalhoada, foi uma tentativa de golpe, então não tem o que anistiar, do ponto de vista jurídico.
O deputado disse que há uma pressão exagerada na Câmara e todo mundo está esquecendo do Senado. "Cadê o Flávio Bolsonaro, Rogério Marinho, Carlos Portinho? É só aqui? É o Silas Malafaia representado aqui na Câmara, com a sua arrogância, querendo ditar regras para todo brasileiro, expressando seus sentimentos pessoais, sem ter a legitimidade do mandato? Não acho isso justo nem razoável".
Isnaldo Bulhões avalia que Malafaia aumentou o tom contra o Motta. "Ele está mandando no PL. É nítido, lamentavelmente. Tenho muita admiração pelo presidente (do partido) Valdemar Costa Neto, pelo líder (na Câmara) Sóstenes Cavalcante, o vice-presidente (da Câmara) Altineu Côrtes, mas não dá. Eu fiquei com muita vergonha pelo Bolsonaro, Ciro Nogueira, governador Tarcísio (de Freitas), que estavam sendo pilotados (durante manifestação em São Paulo) por alguém (Malafaia) que não representa a sociedade brasileira", afirmou.
O deputado também defendeu os valores crescentes das emendas parlamentares, este ano orçadas em R$59,5 bilhões. “O valor está adequado. É uma pretensão legítima do Legislativo avançar cada vez mais na gestão orçamentária. O que tem que melhorar é o diálogo com o Executivo. A emenda parlamentar é fundamental, mas precisa estar conectada com as prioridades do governo. Podemos discutir alguns dispositivos na lei orçamentária que promovam mais convergência entre as pretensões do governo e as decisões dos parlamentares”, disse.