PROGRAMA NOSSO CHÃO

WhatsApp com IA ouve afetados por afundamento de bairros em Maceió

Campanha pede que população envie demandas por danos morais coletivos
Por Assessoria 19/05/2025 - 11:24
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Agência Senado
Bairro destruído em Maceió em decorrência da mineração da Braskem
Bairro destruído em Maceió em decorrência da mineração da Braskem

O Programa Nosso Chão, Nossa História lança, nesta quarta-feira, 21, a campanha ECOA, que convida a população atingida pelo afundamento do solo em Maceió a compartilhar suas demandas e anseios sobre os danos morais coletivos causados pelo desastre socioambiental resultante da mineração da Braskem. Para participar, basta entrar em contato pelo WhatsApp (82) 98710-4889 e conversar com a IARA, um canal de comunicação especialmente desenvolvido para interagir com a população.

A ECOA é uma iniciativa de escuta ampliada do Programa e, além do WhatsApp, também contará com a atuação de mobilizadores locais para busca ativa em diferentes bairros da capital alagoana. O trabalho de mobilização contribuirá para identificar e localizar a população atingida pelo desastre socioambiental que foi deslocada para outras regiões de Maceió. Ao dar visibilidade a essas pessoas, o Programa busca não apenas reconhecê-la, mas também garantir que os projetos de reparação — executados por organizações da sociedade civil — sejam direcionados de forma efetiva a esse público.

Além disso, esses mobilizadores vão auxiliar o acesso à IARA, sensibilizando as pessoas atingidas a contarem suas histórias e percepção em relação à reparação dos danos extrapatrimoniais. A ação nos territórios tem o objetivo de alcançar quem residia nos cinco bairros afetados - Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Farol e Bom Parto - ou quem atualmente vive em áreas adjacentes, como os Flexais.

Embora o foco esteja na população atingida, durante a ECOA, toda a população de Maceió será convidada a participar da escuta, para falar sobre os impactos do desastre em relação aos danos morais coletivos. “É através da escuta das comunidades atingidas, direta e indiretamente, que poderemos aprimorar os trabalhos feitos no Programa, e essa é também uma prioridade do Comitê. Com base nas informações coletadas, será possível desenvolver estratégias de reparação mais direcionadas e eficazes, promovendo um processo de participação cada vez mais contínuo da população no Programa Nosso Chão, Nossa História. Nada sobre nós, sem nós”, destaca a presidente do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE), Dilma de Carvalho.

Dilma explica que, ainda que outras escutas já tenham sido realizadas no contexto dos trabalhos de reparação conduzidos pela Braskem, muitos atingidos não se sentiram plenamente ouvidos, especialmente diante da complexidade que envolve os danos extrapatrimoniais.

Esses danos, também chamados de danos morais coletivos, são aqueles que vão além das questões financeiras, afetando emocionalmente, psicologicamente e moralmente as pessoas e as comunidades. Eles se referem ao prejuízo que afeta a comunidade em seu convívio social, como a perda das relações entre vizinhos, a interrupção dos encontros nas praças durante os festejos, o comprometimento das atividades esportivas, além da diminuição das interações com o meio ambiente e o fechamento de comércios, como o mercadinho que há anos existia no bairro.

O processo de escuta é um passo crucial para atualizar as demandas de reparação, que estarão refletidas nos próximos editais do Programa. “No ano passado, lançamos a primeira geração de editais e alcançamos resultados positivos nesta fase inicial. Para garantir que os futuros projetos estejam alinhados às necessidades coletivas das comunidades, a escuta é fundamental. A ONU, por meio do UNOPS, reforça a importância desse processo e está em Maceió nesta missão para operacionalizar essa reparação”, afirma Bernardo Bahia, gerente do Programa pelo UNOPS.

Sobre o Programa

O Programa Nosso Chão, Nossa História é resultado de ação civil pública representada pelo Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL), que responsabilizou a Braskem pela reparação dos danos extrapatrimoniais ocorridos a partir do afundamento de cinco bairros de Maceió.

As atividades e os projetos do Programa Nosso Chão, Nossa História são definidos pelo Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE) - um grupo que reúne pessoas da sociedade civil e representantes de instituições públicas, de atuação voluntária. As ações são operacionalizadas pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS). É prevista a aplicação de R$ 150 milhões ao longo de quatro anos, pagos pela Braskem, por meio da implementação de projetos por organizações da sociedade civil, para a reparação de danos morais coletivos.

Serviço

Lançamento - ECOA - Escuta da população atingida
Quando: A partir de 21 de maio
Público-alvo: Pessoas atingidas direta e indiretamente pelo desastre socioambiental
causado pela mineração da Braskem
Saiba mais: www.nossochaomaceio.org/ecoa


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