MACEIÓ
Condenado por matar advogado é encontrado morto em cela de penitenciária
Antônio Wendel matou Nudson Harley por engano; o alvo era um juiz
Antônio Wendel Melo Guarnieri, de 43 anos, condenado a 24 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do advogado Nudson Harley Mares de Freitas, foi encontrado morto nesta quinta-feira, 5, dentro de sua cela na Penitenciária de Segurança Máxima de Alagoas (PenSM), em Maceió.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), que afirmou ter tomado todas as providências cabíveis diante do ocorrido.
Antônio Wendel estava preso desde 2022 e cumpria pena em regime fechado. Segundo a Seris, dois suspeitos de envolvimento na morte, identificados pelas iniciais E.G.S. e F.G.B., foram conduzidos à Central de Flagrantes e seguem à disposição da Justiça.
Equipes da Polícia Científica, Polícia Civil e Instituto Médico Legal (IML) foram acionadas para realizar os levantamentos e procedimentos necessários no local. A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.
Relembre o caso
O crime que levou à condenação de Guarnieri ocorreu em julho de 2009, no bairro Mangabeiras, em Maceió. A vítima, o advogado mineiro Nudson Harley Mares de Freitas, foi atingida por disparos de arma de fogo enquanto utilizava um telefone público na Avenida João Davino. Dias após o homicídio, veio à tona a informação de que Nudson teria sido morto por engano.
Durante coletiva de imprensa na época, a promotora Marluce Falcão revelou que Guarnieri havia confessado que foi contratado por R$ 20 mil para matar uma autoridade alagoana, mas executou a pessoa errada. O verdadeiro alvo seria o então juiz Marcelo Tadeu.
Em entrevista recente ao programa CM Cast, concedida em maio deste ano, o próprio magistrado aposentado afirmou não ter dúvidas de que era o alvo do crime.
“Eu não tenho a menor dúvida que o alvo era eu. E só não morri 'novamente' porque fui perspicaz. Se quisessem se vingar pelas atitudes que tive como juiz, fariam novamente se eu ficasse em silêncio”, disse Marcelo Tadeu, na conversa com os jornalistas Ricardo Mota e Carlos Melo.
Segundo ele, o advogado Nudson Harley tinha características físicas semelhantes às suas, o que pode ter levado ao erro. Tadeu também revelou que comunicou imediatamente o então governador Teotônio Vilela Filho e o secretário de Segurança Pública, mas lamentou que o caso tenha sido abafado.
A Seris reforçou que segue acompanhando o caso e colaborando com as investigações para descobrir as circunstâncias da morte do reeducando.