Alagoas

Ministério investiga morte de 65 cavalos após consumo de ração em Atalaia

Produto contaminado da Nutratta Nutrição Animal teria provocado o óbito de 222 animais no país
Por Tamara Albuquerque 05/07/2025 - 09:30
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Foto: Reprodução/EPTV
Veterinários investigam adoecimento de 120 cavalos no interior de SP
Veterinários investigam adoecimento de 120 cavalos no interior de SP

Balanço divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) esta semana confirmou que 222 cavalos morreram após consumirem rações "Forrage Horse" produzidas pela Nutratta Nutrição Animal. Além disso, outras 195 mortes ainda estão em investigação em todo o país. Em Alagoas, a investigação é sobre 65 mortes de cavalos registradas no município de Atalaia pelo mesmo motivo.

Foram contabilizadas mortes de equinos nos estados de São Paulo (83 animais), Rio de Janeiro (69), Alagoas (65), Goiás (4) e Minas Gerais (1). A investigação do Mapa continua, já que houve registro de 40 mortes de cavalos no sudoeste da Bahia, 70 em Goiânia (GO), 34 em Jarinu (SP), 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP), 18 em Uberlândia (MG), 8 em Guaranésia (MG), 8 em Jequeri (MG) e 7 em Mariana (MG).

Extraoficialmente, um levantamento divulgado pelo G1 Sorocaba e Jundiaí, mostra um número de mortes bem acima do divulgado pelo ministério até agora. "Somente em São Paulo, são 287 mortes em decorrência da intoxicação. Há ainda 368 animais em tratamento e 199 em observação em todo o país", diz o portal de notícias.

Os dados do levantamento foram coletados pela advogada Alessandra Agarussi, que representa o interesse de proprietários de cavalos infectados. Ela reuniu informações compartilhadas até esta terça-feira (1º) em um grupo no WhatsApp chamado "Vítimas da Nutratta". Segundo a advogada, há relatos de mortes de cachorros e bovinos, indicando que a situação pode ser ainda pior.

Em nota publicada, o ministério esclarece que a primeira comunicação sobre mortes de equinos que teriam ingerido alimentos da marca foi recebida pela ouvidoria em 26 de maio de 2025. Um mês depois, o Governo Federal proibiu a venda de produtos da Nutratta para qualquer animal.

Desde então, a Fiscalização Federal Agropecuária faz apurações nos locais onde foram reportados casos de adoecimento ou morte, com o objetivo de identificar as possíveis causas dos óbitos. Até o momento, os casos apresentaram associação com o consumo de rações da empresa citada.

A pasta ressalta que a apuração desses novos casos tem sido dificultada pela ausência de comunicação formal via ouvidoria, que é o canal oficial para registro das denúncias. Disse também que a natureza dos sintomas apresentados pelos animais, que podem surgir tardiamente após a interrupção do uso da ração, também afetam as investigações.

Segundo a pasta, durante as inspeções foram constatadas irregularidades que motivaram a suspensão cautelar da atividade de fabricação de todas as rações da empresa. A fabricante impetrou mandado de segurança contra as medidas adotadas, e o Mapa já prestou os devidos esclarecimentos ao Poder Judiciário, aguardando atualmente a decisão judicial.


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