JULGAMENTO

Serial killer: testemunha diz que vítimas de Albino Santos se conheciam

Além de se conhecerem, vítimas eram monitoradas através das redes sociais
Por Ana Luíza Ambrózio/Estagiaria sob supervisão 04/09/2025 - 10:43
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Assessoria/MPE
Albino Santos de Lima, conhecido como o "Serial Killer de Maceió"
Albino Santos de Lima, conhecido como o "Serial Killer de Maceió"

Uma nova revelação foi feita durante o júri de Albino Santos de Lima, conhecido como “serial killer” de Alagoas, realizado nesta quinta-feira, 4, no Fórum da Capital. Uma testemunha, identificada como Diogo, afirmou que parte das vítimas do réu tinham ligação entre si e eram monitoradas por ele através das redes sociais.

Segundo o depoente, Alan Vitor, Ana Beatriz, Emerson e Louise gybson — todos alvos de Albino — se conheciam. Ele contou ainda que o acusado utilizava perfis falsos no Instagram para assediar jovens, pedindo informações sobre programas e chegando a participar de transmissões ao vivo para interagir com as vítimas.

Durante oitiva realizada anteriormente, Albino Santos negou as acusações. Ele afirmou não ter tido contato com Alan Vitor nem com outras vítimas e disse que o perfil no Instagram atribuído a ele não lhe pertence.

“Esse Instagram não é meu, meu Instagram é outro, fuzileiros_navais762. Esse Instagram em que estão afirmando que é meu, não é meu. Eu prestava muito apoio ao Bolsonaro, talvez esse perfil tenha sido desativado, eu prestava muito apoio ao presidente Bolsonaro”, declarou em plenário.

O réu disse ainda que não seguia ninguém na rede social e que não havia nada relacionado a Alan em seu celular. Segundo ele, as imagens da vítima teriam chegado até seu aparelho por meio de um grupo de WhatsApp, baixadas automaticamente. Albino também contestou a existência de provas periciais, afirmando que a balística “não existe” e que “a situação é fantasiosa”.

Albino armazenava em pastas digitais imagens, notícias e registros sobre possíveis vítimas, além de marcar datas em um calendário como forma de planejar os crimes. No celular do acusado, por exemplo, foi encontrada uma foto de Alan Vitor com a data de 12 de junho circulada, dia em que o jovem sofreu uma tentativa de homicídio e sobreviveu após dois meses internado.

Diferente do que declarou em depoimentos anteriores, quando chegou a confessar a autoria de cerca de 18 homicídios, Albino Santos de Lima mudou completamente sua versão durante o júri desta quinta-feira.

No plenário, ele afirmou não ter matado ninguém além daqueles casos pelos quais já foi condenado. Em relação à tentativa de homicídio contra Alan Vitor, caso que motivou o julgamento desta quinta, o réu negou qualquer envolvimento.

Albino é apontado pelo Ministério Público como responsável por monitorar suas vítimas pelas redes sociais antes de atacá-las, sempre mantendo um padrão de escolha de jovens com perfis semelhantes.

Julgamentos

Albino Santos de Lima está reacionado há 18 homicídios em Maceió. Em abril de 2025, Albino Santos de Lima sentou pela primeira vez no banco dos réus e foi condenado a 37 anos de reclusão pelo assassinato de Emerson Wagner da Silva, crime ocorrido em 21 de junho de 2023, no bairro Ponta Grossa.

Já em junho deste ano, no segundo julgamento, ele foi condenado a 24 anos e 6 meses de reclusão pela morte da jovem transsexual Louise Gbyson Vieira de Melo.

Em julho, foi condenado a 24 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato da adolescente Ana Clara Santos Lima, de 13 anos.


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