economia
Dólar sobe e se aproxima de R$3,25, com cautela sobre reforma da Previdência
O dólar operava em alta ante o real nesta segunda-feira, com os investidores cautelosos sobre o andamento da votação da reforma da Previdência diante da falta de apoio político do governo para tirar a matéria do papel, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.
A cena externa também continuava no radar, após crescerem os temores de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais e, assim, influenciar o fluxo de capital global.
Às 10:18, o dólar avançava 0,60 por cento, a 3,2337 reais na venda81, depois de fechar o pregão passado em alta de 1,44 por cento. Na máxima dessa sessão, chegou a 3,2381 reais.
O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
“O mercado se posicionou na sexta-feira ao cenário de juros nos Estados Unidos e hoje segue nesse posicionamento, também voltado às questões internas, à reforma da Previdência”, afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, acrescentando que, caso da reforma não seja aprovada, o dólar ainda deve subir mais um pouco sobre o real.
O governo continuava no esforço para tentar unir os 308 votos mínimos necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados após o Carnaval. Recentemente, o presidente Michel Temer negou que tivesse jogado a toalha sobre a votação da reforma, mas destacou que o país não podia ficar no tema o ano inteiro.
Nesta manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não pretendia retirar a reforma da Previdência da pauta antes de 20 de fevereiro, para quando está prevista a votação da matéria pelos deputados, mas deixou em aberto a possibilidade após essa data.
No exterior, o dólar operava praticamente estável ante uma cesta de moedas depois de se recuperar no final da semana passada, quando o forte relatório sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos sugeriu que a fraqueza da moeda pode ter ido longe demais e muito rápido.
Cresceram as apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa de fato elevar os juros da maior economia do mundo três vezes neste ano, o que ajudaria a atrair recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.
O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão, por enquanto. Vencem em março 6,154 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, e caso a autoridade queria rolá-los, terá de fazer leilões neste mês.