APÓS MORTE
Carrefour anuncia fim da terceirização de segurança em lojas da rede

Em comunicado encaminhado à imprensa nessa sexta-feira, 4, o Carrefour Brasil anunciou que vai deixar de usar seguranças terceirizados. A medida deve ser implementada a partir de 14 de dezembro e começa pelos quatro hipermercados no Rio Grande do Sul.
O anúncio é uma resposta ao assassinato de João Alberto de Freitas - homem negro que foi espancado por seguranças de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS) no último dia 20.
Segundo a empresa, a medida - sugerida por um comitê independente formado após a morte de Beto Freitas - é o ponto inicial para transformação do modelo de segurança e faz parte dos compromissos anunciados pela rede.
"O processo de recrutamento e o treinamento dos profissionais para as lojas contará com associação que reúne empreendedores negros da região de Porto Alegre", diz a rede em nota.
O Carrefour afirma que todo o processo de internalização da segurança terá como foco a implementação de práticas antirracistas e de uma cultura de respeito aos direitos humanos.
A empresa diz também que vai considerar a representatividade da população brasileira (50% de mulheres e 56% de negros) como um compromisso.
Amplamente repercutido na sociedade civil, o assassinato teve tímida reação do mercado financeiro - a julgar pelo desempenho das ações da empresa.
Os papéis do Carrefour Brasil acumulam queda de 4% desde o assassinato - nesse meio tempo a maior variação entre pregões foi -5,35%, mas sucedido por altas.
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