EXECUTIVO MUNICIPAL

Prefeito e vereadores de Maceió estão na lista dos maiores salários no país

Por Tamara Albuquerque com G1 31/01/2021 - 11:23
Atualização: 31/01/2021 - 12:04
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Orla de Maceió
Orla de Maceió

Os salários dos prefeitos das 26 capitais dos país chegam a variar 76% dependendo da cidade. A remuneração bruta desses políticos oscila de R$ 17,6 mil (em Rio Branco) a R$ 31 mil (em Belo Horizonte).  Em Maceió, o salário do prefeito não foi reajustado, mas está em 18º lugar entre os mais altos, sendo de  R$ 20 mil, acima do valor pago, por exemplo, aos prefeitos de Porto Alegre, Macapá, Vitória, Belém, Boa Vista, Manaus, Teresina, e Rio Branco.

Já o valor do salário pago aos vereadores pode superar o dobro de acordo com a capital. Isso ocorre na comparação da menor remuneração – em Vitória (R$ 8,9 mil) – com a maior – em Aracaju, Campo Grande, Rio e São Paulo (R$ 18,9 mil, o teto do cargo).

Os 25 vereadores eleitos em Maceió terão salários de R$ 15.031,76, o 16° lugar mais alto entre as capitais. Em alguns casos, prefeitos e vereadores contam com verbas indenizatórias usadas para despesas de locomoção, alimentação entre outras.

Em Maceió, vale lembrar, que o rendimento médio da população é R$ 1.894,00.

Levantamento realizado do Portal G1 mostra que apesar da pandemia da Covid-19, os prefeitos de São Paulo e Manaus sancionaram aumentos de até 50%, que valem a partir de 2022. Curitiba, Salvador e Fortaleza também reajustaram os salários nos últimos 12 meses. Já a remuneração dos vereadores subiu em quatro capitais.

Em entrevista ao portal, o economista Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, lembrou que um estudo da Firjan, publicado em 2019, mostra que a situação fiscal de 3 a cada 4 municípios é "crítica" ou "difícil". 

O economista vê com preocupação o aumento dos salários, já que isso cria um efeito cascata ao subir também os salários de outros cargos do Executivo municipal e elevar ainda mais o gasto com pessoal.

Segundo a entrevista, o economia teria dito que "é injusto [a questão dos salários] porque a maioria da população brasileira, praticamente a metade, estava em lares contemplados pelo Auxílio Emergencial. Além disso, temos 14 milhões de desempregados, então não me parece justo conceder aumento de salário para aqueles que, com certeza, foram os menos prejudicados na pandemia. Eles ainda têm estabilidade como políticos, mesmo que de forma temporária, assim como os servidores públicos, e não tiveram qualquer tipo de redução de salário. Foram os menos atingidos."

Os políticos dizem que não é aumento, e sim reposição salarial. "Mas quantos brasileiros estão conseguindo repor as perdas salariais? É socialmente injusto. A enorme maioria dos brasileiros não tem uma reposição automática decorrente da inflação. E isso é pago por todo mundo, por quem está desempregado, por quem recebe o Auxílio Emergencial", questionou Castello Branco.

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