Em sua primeira reunião ministerial, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 6, que toda a sua equipe assumiu compromisso "extraordinário" de fazer o Brasil "voltar" a crescer, gerar empregos e fazer aumentar a massa salarial. "É possível fazer a economia voltar a crescer com muita responsabilidade, com distribuição de riqueza e renda, e gerar emprego que garanta ao trabalhador um pouco de seguridade social", disse aos seus ministros no início da reunião, que foi transmitido.
Lula afirmou que quer "muito" investir no fortalecimento do sistema cooperativo, no micro e pequeno empreendedor e no pequeno e médio empresário, mas ressaltou ser necessário que o trabalhador tenha "um mínimo" de seguridade social.
"Que ele tenha garantia de previdência, garantia de registro, garantia de que, quando estiver impossibilitado de trabalhar, o Estado garanta a ele um mínimo de segurança, porque se não a gente não terá um mundo de trabalho sadio e saudável, teremos um mundo de barbárie", disse o presidente da República.
'Mandato da vida'
Lula afirmou que esse será o mandato da sua vida. "Esse será o mandato da minha vida, todo mundo sabe que eu tenho obsessão para acabar com a fome, melhorar a saúde do povo. Porque eu conheço muita gente que morreu com receita no criado do lado da cama e não tinha 50 reais para comprar um remédio", destacou.
Na fala inicial, Lula defendeu a necessidade de dar um salto de qualidade na educação, na cultura e na saúde brasileiras, também como forma de agregar valor aos produtos nacionais. "O Brasil precisa dessa gente bem formada, porque não pode passar mais um século exportando minério de ferro, soja e milho. Temos que exportar conhecimento, inteligência, coisa mais sofisticada com valor agregado, para que Brasil deixe de ser país em desenvolvimento e passe a ser país desenvolvido", disse.
Ele defendeu que parte da violência no País existe pela ausência do Estado e, por isso, o governo precisa se esforçar para ampliar a presença em todos os lugares. "Não vou ter um minuto de cansaço enquanto não conseguir resolver os problemas", prometeu o presidente.
O presidente da República fez o discurso entre o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), o "gerente" do novo governo.
Em tom de brincadeira, Lula afirmou que, daqui a pouco, Alckmin terá "mais poder que o presidente da República". Além de vice-presidente, Alckmin coordenou a transição e foi nomeado ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Agrotóxicos
Lula afirmou ainda que a "força da lei vai imperar" sobre os empresários que continuarem usando agrotóxicos proibidos. "Neste País tudo vale, só não vale cidadão bandido achar que pode desrespeitar legislação", declarou.
Ele disse que os empresários que produzirem de forma responsável serão "muito respeitados".
O presidente se dirigiu, na abertura da reunião ministerial, a Carlos Fávaro e disse que fica feliz quando vê um "homem do agro" como ministro da Agricultura. "É a perspectiva que temos de pessoas sérias", emendou o petista.
"Aqueles que teimarem em desrespeitar a lei, invadir o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, a força da lei imperará sobre ele. Nós vamos exigir que a lei seja cumprida", comentou Lula.
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