OMISSÃO DO ESTADO
Paciente que aguardava transferência para cirurgia morre no HGE
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Morreu, na tarde desta segunda-feira, 15, o paciente de 61 anos que estava internado em estado grave no Hospital Geral do Estado (HGE) desde o dia 7 de julho de 2019, necessitando de transferência e cirurgia cardíaca com urgência.
A transferência para Hospital Referência foi determinada judicialmente no dia 12 de julho, no entanto, até o começo da tarde, não havia cumprimento pelo Estado de Alagoas e Hospitais Credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com os laudos médicos, o paciente se encontrava em estado grave, com quadro de endocardite de prótese e necessitava passar por cirurgia cardíaca imediata, tendo o quadro de saúde agravado dia após dia.
No começo da tarde, a Defensora Pública do Núcleo da Saúde, Andresa Wanderley, oficiou os gestores da saúde pública do Estado e Hospitais Credenciados cobrando o cumprimento da decisão.
“É flagrante não só o descumprimento de ordem judicial, mas clara a violação aos direitos fundamentais à vida, dignidade e saúde do paciente”, afirmou a defensora.
De acordo com a defensora, a família do paciente procurou a instituição na última sexta-feira, 12, informando a necessidade imediata de transferência.
"Após incansáveis tentativas, a família buscou a Defensoria Pública, que, de imediato, ingressou com Ação Civil Pública, tendo o Juízo da 16ª Vara da Fazenda Estadual determinado a transferência na mesma data para Hospital Referência Credenciado ao SUS ou privado, às expensas do Estado", explicou a defensora.
Segundo Andressa, após contato com os Hospitais Credenciados ao SUS, entre eles a Santa Casa de Misericórdia, local em que o paciente já havia realizado outros procedimentos cirúrgicos, e Hospital Veredas, estes informaram a impossibilidade de receber o idoso.
"Também houve a notificação da Secretaria de Saúde, estando todos os responsáveis/gestores cientes da gravidade do caso antes mesmo da notificação judicial", expôs.
Na tarde deste segunda-feira, a Defensoria Pública foi comunicada pelo familiar do falecimento do assistido, o qual não resistiu à espera pelo único meio de salvar a sua vida.