economia
Braskem desaba na Bolsa e vira alvo de especulações sobre reestruturação
Ações caem 14% e títulos de dívida despencam em meio a incertezas sobre futuro da petroquímica
A sexta-feira, 26, entrou para a história da Braskem (BRKM5) como um dos dias mais sombrios de sua trajetória. As ações da petroquímica despencaram 14%, encerrando o pregão a R$ 7,10. No mercado internacional, os títulos de dívida com vencimento em 2031 foram negociados a apenas US$ 0,42 por cada US$ 1 de valor de face — o que corresponde a um yield de 28% ao ano, patamar visto por investidores como alerta vermelho de risco de calote.
Segundo o site Acionista.com, fontes próximas à companhia confirmam que a Braskem está em busca de assessoria especializada para uma reestruturação financeira, sinal que reforçou a apreensão no mercado e acelerou a fuga de investidores. O cenário negativo é resultado de uma combinação de pressões. O setor petroquímico global sofre com excesso de oferta, reduzindo margens e preços. A empresa ainda carrega o peso do desastre ambiental em Maceió, que provocou milhares de processos judiciais e bilionárias provisões em balanço.
Nesta semana, a agência de classificação de risco S&P rebaixou a nota da dívida da Braskem, em meio a crescentes temores de insolvência. O resultado é um tombo acumulado de 33% no valor de mercado da companhia apenas em 2025, consolidando um dos piores desempenhos entre as grandes empresas listadas na B3. Especialistas divergem sobre o futuro da petroquímica.
Parte dos analistas acredita em possibilidade de recuperação via renegociação de dívidas, enquanto outros avaliam que o caso pode se transformar em uma das maiores reestruturações empresariais da história do país. O movimento também abriu espaço para especulações sobre eventuais fusões, venda de ativos estratégicos ou até mudança no controle acionário da empresa. Para investidores, o momento é de risco elevado, mas também de possíveis oportunidades em meio à turbulência.