OPINIÃO

Vida financeira do empreendedor de Maceió continua no vermelho

Por Israel Lessa 19/07/2020 - 10:09
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Divulgação
Israel Lessa diz que mudança de fase do protocolo de distanciamento não mudou situação financeira dos empreendedores
Israel Lessa diz que mudança de fase do protocolo de distanciamento não mudou situação financeira dos empreendedores

Participei de dois eventos extremamente importantes que, embora realizados em bairros diferentes de Maceió, possuem em comum a adesão de centenas de empreendedores que não podem deixar de lutar e combater o bom combate a cada dia que passa. Principalmente em tempos tão complicados.

Estive ao lado de centenas de moradores e empresários, caminhando passo a passo pelas ruas de um dos mais importantes bairros de nossa cidade. O movimento “Luto por bebedouro” clama por justiça, pela imediata inserção do bairro na zona de criticidade 00 e pelas indenizações a todos os prejudicados pela catástrofe tecnológica. Os empresários da região sofrem, além das rachaduras e danos físicos ao patrimônio, com os prejuízos financeiros de possuir um negócio em um bairro devastado, prestes a se tornar um bairro fantasma. Mas que ainda luta o quanto pode para não afundar no esquecimento.


Também estive no centro de Maceió e testemunhei os esforços dos lojistas que após a flexibilização dos protocolos sanitários impostos pelo Cocid-19, começam a reabrir seus empreendimentos. Não é uma simples reabertura, é uma prova de resistência. Eles lutam para manter seus estabelecimentos ainda respirando, apesar de toda a dificuldade, mantendo a esperança de milhares de trabalhadores. Essa a briga só tem um lado: empresários e trabalhadores lutam juntos pela manutenção de empregos.

Em ambos os eventos ficou bastante claro para mim a omissão justamente para quem tanto contribui e que, agora, precisa de ajuda. Todos reclamaram, tanto em Bebedouro, como no Centro de Maceió, que inexiste uma política de incentivos e de crédito para o empreendedor alagoano. Apesar da vontade de trabalhar, boas ideias e iniciativas, falta dinheiro. E sem dinheiro, a economia não gira. São pouquíssimas as condições para financiar essas milhares de empresas que são a base de nossa economia e que mais geram empregos formais em Alagoas.

O governo federal criou um programa de apoio às microempresas e as empresas de pequeno porte. Contudo, ele ainda é muito tímido para atender a grande demanda dos empresários e com a oferta praticamente limitada aos bancos públicos federais. Não atende ao que o empreendedor precisa. As portas ainda estão fechadas para esse público.

Quando fui diretor da agência de fomento de Alagoas, a Desenvolve, criamos uma série de medidas para auxiliar aqueles que possuem o próprio negócio, especialmente o micro e pequeno empresário. Não pode ser diferente, nem no caso de Bebedouro, tampouco na reabertura do comércio. Luvas, máscaras e álcool em gel são necessários para conter o Covid-19, mas não resolvem no desequilíbrio financeiro causado por tanto tempo de portas fechadas e de uma economia que vai demorar algum tempo para reaquecer.


Cadê o poder público estadual e municipal? Se limitam apenas a mudar as cores dos protocolos de segurança? Mudam de vermelho, para laranja, para amarelo, para azul... Isso é muito pouco e em nada contribui para tirar do vermelho a situação financeira dos empreendedores de Maceió.

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