JUSTIÇA

PM que matou irmãos e pedreiro é condenado a mais de 50 anos de prisão

Johnerson Simões Marcelino saiu do julgamento preso para cumprimento da pena
Por José Fernando Martins 26/11/2021 - 06:05
Atualização: 26/11/2021 - 06:28
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Caio Loureiro
Johnerson Simões Marcelino
Johnerson Simões Marcelino

O policial militar Johnerson Simões Marcelino foi condenado a 53 anos e 1 mês de prisão pelas mortes dos irmãos Josivaldo Ferreira Aleixo e Josenildo Ferreira Aleixo, crime que aconteceu no Conjunto Village Campestre, parte alta de Maceió, em 2016. As vítimas tinham retardo mental em graus leve e moderado.

Foram 24 anos e 6 meses pela morte do Josenildo e 28 anos e 7 meses pela morte do Josivaldo. O juiz Guilherme Bubolz Bohm ainda decretou que a viúva do pedreiro pedreiro Reinaldo da Silva, que também foi atingido na ação policial vindo a óbito, seja indenizada em 80 mil reais como forma de compensação pela morte do marido.

Ainda segundo a decisão, o militar, após cumprir os 53 anos de prisão, deve ficar mais 1 ano e 1 mês preso.

O julgamento aconteceu durante todo dia ontem, 25, finalizando por volta das 23h. Conforme informações do Ministério Público do Estado (MPE), o réu saiu do Fórum do Barro Duro direto para o Sistema Penitenciário. Ele também foi acusado de tentar implantar provas falsas contra as vítimas para justificar as mortes. 

À época do crime, Josivaldo tinha 18 anos, enquanto Josenildo tinha 16 anos. O julgamento foi acompanhado pela promotora de Justiça Adilza Inácio de Freitas da 42ª Promotoria de Justiça da capital. 

Investigação

A investigação apontou que os dois irmãos foram abordados com agressividade por policiais no momento em que retornavam da casa de um parente. 

Ainda segundo a investigação, um deles teria reagido à violência e Johnerson Simões Marcelino sacado a arma para feri-los. Os disparos atingiram e mataram os irmãos, além de Reinaldo da Silva, que passava do outro lado da rua.

Após execução do crime, o réu colocou os dois irmãos feridos na mala da viatura e, depois de trafegar alguns metros com as vítimas inocentes dentro do carro, ele retornou à cena do assassinato para recolher as cápsulas dos projéteis deflagrados.

Mãe comovida

“Eram minha companhia. Para mim, ficou difícil, porque perdi eles, depois perdi o pai deles e hoje eu estou sozinha aqui dentro de casa. Tomando remédio controlado de manhã e à noite e ainda tem dias que estou descontrolado, boto pra chorar”, disse Maria de Fátima, mãe das vítimas. 

“Ele que pague e que fique lá por um bom tempo que é para não fazer mais isso com os filhos de ninguém”, falou se referindo ao réu. 

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