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Maceió entre os piores municípios em acesso da população ao saneamento básico

Por Tamara Albuquerque 26/03/2022 - 08:16
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Cortesia ao EXTRA
Falta de saneamento básico impacta na saúde da população
Falta de saneamento básico impacta na saúde da população

Nos últimos oito anos, Maceió registra uma queda abrupta nos indicadores de saneamento que mostram o acesso da população a água tratada e à coleta de esgoto pesquisados pelo Instituto Trata Brasil (ITB) nos 100 maiores municípios brasileiros. Os dados do relatório do instituto revelam que no ano mais crítico da pandemia pelo novo coronavírus, em 2020, a capital alagoana passou a ocupar o 91º lugar no ranking nacional e foi incluída entre as 20 cidades com pior desempenho em relação à oferta de água potável e esgoto à população.

Os dados são retirados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e mostram a lentidão com que avançam os serviços de acesso à água e de coleta e tratamento de esgoto no Brasil.

“Evidencia-se que a universalização dos serviços não ocorrerá sem um maior engajamento dos prestadores e sem o comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais”, afirma o trabalho divulgado no dia 22, quando se comemorou o Dia Mundial da Água. Importante esclarecer que a pesquisa é apresentada com base nos dados colhidos dois anos antes e que as notas máximas para os indicadores de atendimento passam a seguir as metas da Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020 (Novo Marco Legal do Saneamento Básico).

Isso significa que passam a ganhar nota máxima municípios que alcançam 99% nos indicadores de abastecimento de água e 90% em coleta de esgoto. No estudo do ITB apresentado em 2019 e referentes a 2017, Maceió ocupava a posição 73ª entre 100 cidades onde a pesquisa foi realizada, considerando a posição 100 como o pior desempenho nos indicadores de saneamento (água potável e esgoto).

Em 2020, a posição da capital caiu para 80ª; em 2021, caiu para 85ª posição e este ano despencou para 91ª posição uma perda de 6 pontos na lista geral O acesso a água tratada contempla 89,61% da população total de Maceió e 89,67% da população urbana, o que é um bom desempenho. Entretanto, quando comparado com as demais cidades pesquisadas, verifica-se um deficit incômodo e que em números representam um grande quantitativo de pessoas consumindo água sem segurança hídrica e grande deficiência em coleta de esgoto e resíduos sólidos. Em relação à oferta de coleta de esgoto, apenas 43,03% da população total são comtemplados.

Casal


Um dado impressionante no relatório é o que mostra os indicadores de perdas no sistema. Em relação ao faturamento total, que implica água produzida e não faturada, Maceió registra uma perda em recursos de 54,9%. Outra perda avaliada na pesquisa é na distribuição de água tratada. Nas 100 maiores cidades do Brasil, a média deste indicador foi de 36,32%, menor do que a média nacional de 40,14%. Em Maceió, no entanto, o indicador é de perda é de 59,67%.

Em termos volumétricos, isso significa 732 litros de água por ligação ao dia, duas vezes a média nacional, que é de 343,37 litros por ligação/dia. Segundo dados nacionais do SNIS 2020, aproximadamente 35 milhões de brasileiros têm ausência do acesso à água potável e 100 milhões dos habitantes não têm atendimento à coleta de esgoto.

A Casal foi ouvida sobre o levantamento do Instituto Trata Brasil e afirma que o governo do Estado está fazendo o maior investimento em esgotamento sanitário da história de Maceió. Segundo a companhia, são quase R$ 500 milhões investidos na implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgoto que vão beneficiar 360 mil pessoas em bairros como Tabuleiro do Martins, Benedito Bentes e imediações, Farol, Pitanguinha, Gruta de Lourdes, Ouro Preto e adjacências.


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