ALAGOAS

Metade das policiais militares sofre importunação sexual

Por Maria Salésia 23/04/2022 - 09:38
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Assessoria
MP recomenda que corporações tomem medidas para evitar assédio às mulheres
MP recomenda que corporações tomem medidas para evitar assédio às mulheres

A necessidade de criação de mecanismos preventivos que erradiquem ou minimizem a incidência de práticas de assédio com mulheres da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Perícia Oficial e Polícia Penal, levou o Ministério Público de Alagoas a recomendar que as corporações tomem medidas para evitem tais práticas no ambiente de trabalho. 

A iniciativa teve como base pesquisa que aponta que mais da metade (52,4%) das policiais entrevistadas já sofreram assédio. O estudo que faz parte do Projeto “Mulheres em Segurança: assédio não”, coordenado pela 62ª Promotoria de Justiça Especializada no controle externo da atividade policial, em parceria com a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mostra, ainda, que das policiais militares ouvidas na pesquisa, a maior parte são praças (85,7%).

Fôlder da campanha lançada pelo Ministério Público de Alagoas
Fôlder da campanha lançada pelo Ministério Público de Alagoas

Outro dado que chama a atenção é que 75,1% entre as policiais militares que responderam à pesquisa presenciaram ou tomaram conhecimento de assédio sexual ou comportamento sexual inadequado praticado contra outras mulheres da Polícia Militar em Alagoas e revela que “as práticas de assédio sexual ou comportamento sexual inadequado são amplamente conhecidas pelas mulheres policiais, embora não sejam reportadas aos setores de controle e apuração, como a Corregedoria ou mesmo os superiores hierárquicos”, diz trecho da pesquisa.

Já quando se trata de denúncia, as vítimas ficam acuadas ou com medo de punição. É que, de acordo com dados da pesquisa, poucos casos foram levados até a Corregedoria da PM em Alagoas. Na prática, “apenas quatro nos últimos cinco anos, sendo que um destes foi instaurado a partir de denúncia realizada por uma Tenente-Coronel do Corpo de Bombeiros Militar em desfavor de um Major da PMAL”, diz o documento. 

Segundo a pesquisa, a ausência de estrutura de acolhimento para as policias militares vitimadas pelo assédio sexual ou comportamento de cunho sexual inadequado reflete-se no pouco encorajamento de colegas de trabalho para testemunharem em favor da vítima, também contribui para que as próprias vítimas, diante do desamparo, desistam de denunciar seus assediadores.

Confira na íntegra no EXTRA nas bancas!

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