ALAGOAS

Fiscalizações resgatam 25 pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão

Trabalhadores estavam em pedreira e construção civil em duas cidades do interior
Por Redação 20/06/2023 - 19:47

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GEFM / MTE
Alojamento de construção civil em Marechal Deodoro com condições degradantes
Alojamento de construção civil em Marechal Deodoro com condições degradantes

Nas últimas semanas, uma série de ações coordenadas pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), resultaram no resgate de 25 pessoas submetidas a trabalho análogo à escravidão nas cidades de Marechal Deodoro e Ouro Branco, em Alagoas. As operações ocorreram entre 12 de junho e esta terça-feira, 20 de junho. Dos 25 resgatados, 20 eram provenientes de Alagoas e cinco eram migrantes vindos do estado de Pernambuco.

Durante as inspeções, equipes do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), em colaboração com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal, constataram que os trabalhadores estavam sujeitos a condições degradantes de trabalho, vida e moradia. Eles não possuíam direitos trabalhistas, não recebiam o salário mínimo e não tinham acesso a condições adequadas de descanso e alimentação.

Na pedreira de Ouro Branco, foram encontrados 17 trabalhadores que exerciam a atividade de corte de pedras do tipo paralelepípedo de maneira totalmente rudimentar e artesanal, utilizando ferramentas manuais e sem qualquer adoção de medidas de saúde e segurança no trabalho. Além disso, esses indivíduos não recebiam salário e não possuíam registro formal de emprego.

Em Marechal Deodoro, oito trabalhadores da construção civil foram flagrados em situação de informalidade, sem condições adequadas de segurança e saúde. Esses trabalhadores realizavam atividades em locais elevados, correndo risco iminente de acidentes graves ou até fatais.

Os responsáveis por essas situações foram notificados para regularizar o vínculo empregatício dos trabalhadores, quitar as verbas rescisórias dos resgatados, recolher o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as contribuições sociais previstas para todos os trabalhadores.

Parcialmente, os pagamentos das verbas trabalhistas e rescisórias foram efetuados nos dias 19 e 20, totalizando aproximadamente R$ 190.000. Além disso, foi acordado um valor aproximado de R$ 41.000 a título de Dano Moral Individual junto ao Ministério Público do Trabalho.

Os 25 trabalhadores resgatados terão direito a três parcelas do seguro-desemprego especial destinado a trabalhadores resgatados. Adicionalmente, foram encaminhados aos órgãos municipais de assistência social de suas respectivas cidades para receberem atendimento prioritário.

Para denunciar casos de trabalho análogo ao de escravo, é possível utilizar o Sistema Ipê, disponível no site ipe.sit.trabalho.gov.br, garantindo o anonimato dos denunciantes.

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