CARTA DE ALAGOAS

Dantas anuncia ações emergenciais após rompimento de mina da Braskem

Plano inclui medidas imediatas para assistência e planos de longo prazo
Por Bruno Fernandes com Estadão Conteúdo 11/12/2023 - 10:28
Atualização: 11/12/2023 - 15:48

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Divulgação
Paulo Dantas em coletiva
Paulo Dantas em coletiva

Durante reunião no Palácio da República nesta segunda-feira, o governador Paulo Dantas (MDB-AL), acompanhado de representantes da Prefeitura de Maceió, prefeitos e representantes do governo federal, apresentou o Plano de Recuperação das Vítimas do Crime Ambiental nas cidades da Região Metropolitana afetadas pela mineração da Braskem.

O Plano inclui medidas imediatas para assistência e planos de longo prazo visando reduzir danos e compensar comunidades impactadas.

O governador propôs que o Instituto do Meio Ambiente (IMA) investigue a causa do colapso da mina, com monitoramento constante, e a desapropriação para a construção de um parque como medida de revitalização.

Outra proposta envolve um plano de repactuação para compensar todas as vítimas, abrangendo não apenas os diretamente afetados, mas também moradores de áreas circunvizinhas. Para evitar impactos turísticos, será lançada uma campanha de turismo destacando que o problema está restrito às áreas das minas.

Visando a celeridade, Dantas planeja discutir as medidas com o ministro do Turismo em Brasília ainda hoje. Além disso, propôs a imediata aquisição de cestas básicas com recursos estaduais para as vítimas, sem especificar a quantidade. As propostas aguardam análise das autoridades envolvidas no caso.

Risco de novos rompimentos

Dilson Ferreira, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), afirma que a movimentação pode indicar o início do rompimento total da mina e a possibilidade de impacto nas outras minas da região - são 35 ao todo.

"A mina tem 60% de sua área dentro da lagoa; os outros 40% estão no continente. A porção que está dentro da lagoa colapsou e iniciou um processo de rompimento. Nas próximas horas, teremos a noção se ela vai se estabilizar. Se a cratera abrir mais, ela pode atingir as outras minas do lado. Tudo é um processo com algumas etapas. Provavelmente teremos outros desmoronamentos até que ela se estabilize", diz o especialista.

O rompimento deste domingo não significa o colapso da mina, mas sim o começo do processo, de acordo com a engenheira geóloga Regla Toujaguez.

"Ainda não é o colapso, mas esse rompimento é o início do processo. Para que o colapso aconteça de fato toda a circunferência deve ceder, algo que ainda não aconteceu, mas agora é preciso ficar em alerta", diz a professora da Universidade Federal de Alagoas.

Ferreira reclama de falta de informações. "Os dados foram omitidos ou não foram coletados. Na universidade, não temos informações suficientes para prever o que vai acontecer. É um apagão de informações. A informação que temos é a informação que a Defesa Civil passa à população."

Defesa Civil de Alagoas mantém monitoramento

Durante a reunião, o coordenador da Defesa Civil Estadual, informou que, até o momento, o monitoramento não indicou risco iminente de colapso nas demais minas da região. 

A área isolada permanecerá sob constante vigilância e uma nota técnica será publicada nesta semana para fornecer detalhes adicionais sobre a situação local.

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