CRIME EM 2003
Irmãos somam mais de 100 anos de prisão por chacina em Alagoas
Os dois militares foram condenados por triplo homicídio e uma tentativa em PilarDois irmãos, policiais militares, foram condenados nesta quinta-feira, 29, foram condenados por triplo homicídio e tentativa de homicídio ocorridos em 2003 em Pilar, Alagoas. Wilson Rocha dos Anjos Filho recebeu pena de 56 anos e três meses de prisão, enquanto Ailton Rocha dos Santos foi sentenciado a 43 anos e nove meses de prisão, ambos, inicialmente, em regime fechado.
A chacina aconteceu em frente ao “Bar do Beto”, por volta das 22h30. Os irmãos são acusados de matar Benício Francisco, 42 anos, Maria José Conceição, de 50, e Gilberto Pereira da Silva, de 66, executados com tiros de pistola .380. Maria de Lurdes, de 52, única sobrevivente, foi atingida por três tiros na perna e região glútea. Embora o plenário tenha reconhecido a tentativa de homicídio contra Maria de Lurdes, o juiz declarou a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva retroativa.
À época do crime, o filho de Gilberto informou em depoimento que o pai há cerca de um mês (em dezembro de 2022) havia se desentendido com um policial militar. O crime teria ocorrido porque Gilberto, durante festa religiosa em 2002, teria questionado Wilson sobre a morte do seu filho apontando Ailton como sendo o assassino. O que teria gerado, naquele momento, uma discussão.
Gilberto Pereira era comerciante e esposo de Maria José da Conceição, na hora em que os criminosos chegaram eles estavam assando churrasco na calçada do seu estabelecimento. Os assassinos teriam utilizado um veículo de cor azul para a prática criminosa e fuga. O alvo principal seria o comerciante, mas as outras pessoas ficaram na mira porque estavam com ele no horário planejado para a chacina.
O Ministério Público de Alagoas (MPAL) representado pelo promotor de Justiça Frederico Monteiro, pediu que fossem julgados por duas qualificadoras que foram crime de homicídio qualificado e mediante recurso que tornou impossível a defesa das vítimas.
Para evitar qualquer intercorrência durante o julgamento, o júri foi desaforado para Maceió a pedido do promotor de Justiça Sílvio Azevedo (do Pilar). Porém os réus não compareceram ao júri, pois foi acometido por câncer e as condições de saúde não permitiam.
“Mesmo tardiamente, a justiça foi feita. Estamos falando de uma chacina, por motivo que o Ministério Público considerou fútil, que deixou filhos órfãos, pais sem seus filhos e que abalou toda a sociedade alagoana. A condenação dos assassinos, vinte e um anos depois, também serve de alerta para quem acha que cometer crime é sinônimo de impunidade, mas as leis não se acabam e o sofrimento dos familiares motiva a continuarem a luta para que os responsáveis paguem pela atrocidade. Passaram-se mais de duas décadas e a justiça foi feita”, declara o promotor.
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