saúde
HPV é responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero
Vacina contra o vírus é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)No dia 04 de março é comemorado o dia Internacional de Conscientização sobre o HPV. Trata-se de uma Infeção Sexualmente Transmissível (IST) provocada pelo Papilomavírus Humano, mais conhecido como HPV. Ele possui mais de 200 tipos e dois deles (16 e 18) são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero, que é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer, de acordo com o Ministério da Saúde.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a população conta com serviços que auxiliam desde a prevenção, com atendimentos ambulatoriais e vacinas, até o tratamento da doença. E o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA-Ufal), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), não só contribui com a assistência oferecida, mas também reforça a importância da informação.
O ginecologista do HUPAA e professor da Faculdade de Medicina da UFAL, Humberto Belmino,destaca a importância de se debater sobre a prevenção do HPV. “Falar sobre a conscientização do HPV, ou seja do Papilomavírus Humano, é tema de urgência e para ontem, pois é através desse vírus que nós temos a efetiva carcinogênese para o aparecimento do câncer no trato genital inferior, feminino e também podendo acometer o pênis”, ressalta.
É preciso estar alerta. O HPV é silencioso
O HPV é um vírus de transmissão sexual, que afeta homens e mulheres e é responsável pela maioria dos casos de câncer de colo de útero. São mais de 200 tipos de HPV, classificados como oncogênicos (que causam câncer) e não oncogênicos (aqueles que podem causar verrugas), sendo que é possível estar infectado com mais de um tipo de HPV. “Destes, cerca de 35 a 40 infectam a região anogenital, que é composta por sítios diferentes, então a vulva, a vagina, o colo uterino, a região perianal. Todas essas áreas, podem ser acometidas por lesões precursoras para o câncer propriamente dito”, pontua Humberto.
O profissional alerta que não é possível estabelecer um padrão de quem será acometido pelo vírus, o que o torna ainda mais perigoso. “Quanto mais o indivíduo tem contato com o vírus, mais ele tem a possibilidade de desenvolver a doença. E esse vírus tem uma coisa interessante, que é produzir uma infecção assintomática. Quem transmite não tem noção de que está infectado. Então, portanto, quando pensamos na prevenção do câncer e do trato genital inferior feminino, a gente precisa alargar esse pensamento. Pensar em pilares que favorecem esse aparecimento, entre esses, lembrar da questão comportamental. Evitar comportamento de risco, como a redução do número de parceiros sexuais e o uso de preservativo, são alguns deles”.
Diagnóstico precoce
O médico ainda esclarece sobre métodos de diagnóstico. “É por meio dos exames ginecológicos, através da coleta da citologia, ou seja, do Papa Nicolau. E mais recentemente, a gente tem usado a biologia molecular, que é uma coisa que ainda não está em voga no nosso país, que é o teste do rastreio desse vírus através da detecção do seu DNA. Porém, num futuro bem próximo, nós teremos isso à disposição da população”.
Principal forma de prevenção é a vacinação
E sabe onde a vacina está disponível? Ela é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do SUS, podendo ser encontrada a quadrivalente contendo partículas virais dos tipos 6, 11, 16 e 18. Com ela há proteção contra a infecção para estes tipos virais, proteção contra as verrugas genitais e proteção contra o câncer de colo do útero em 70%, além das lesões precursoras do próprio colo do útero, e de outras áreas como: vagina, vulva, perianal e ânus. E o ideal é manter a alta cobertura vacinal acima de 90% nesse público.
A vacina está disponível para meninas e meninos de 9-14 anos com esquema de duas doses (0-6 meses); para pessoas com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou transplantados de medula óssea, pacientes oncológicos e imunossuprimidos 3 doses da vacina com esquema de três doses (0, 2 e 6 meses); e para pessoas vítimas de violência sexual, sendo duas doses (0-6 meses) para 9 a 14 anos e três doses (0-2-6 meses) para pessoas de 15 a 45 anos de idade.