DEPOIMENTO

'Apertei o pescoço dela e dei um mata-leão', diz jovem que matou sogra

Corpo foi encontrado dentro de geladeira; assassino teve a ajuda da filha da vítima, que tem 13 anos
Por Redação 06/03/2024 - 19:00

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Reprodução/TV Pajuçara
Corpo de Flávia dos Santos Carneiro foi encontrado dentro de uma geladeira
Corpo de Flávia dos Santos Carneiro foi encontrado dentro de uma geladeira

Em depoimento à Polícia Civil, Leandro dos Santos Araújo, de 23 anos, confessou ter matado a sogra, Flávia dos Santos Carneiro, de 43 anos, com a ajuda da filha dela, uma adolescente de 13 anos. Flávia foi morta na sexta-feira, 1, e o corpo dela foi encontrado na terça-feira, 5, dentro de uma geladeira em Guaxuma, Maceió. 

A filha da vítima foi apreendida na terça-feira, 5. Em seguida, o pai de Leandro, Ademir da Silva Araújo, foi preso como cúmplice na ocultação do cadáver. Leandro foi preso na noite do mesmo dia e prestou depoimento na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A gravação do depoimento dele foi divulgada pelo portal TNH1 nesta quarta-feira, 6.

Durante o relato, Leandro conta a versão dele. Ele disse que morava junto com Flávia e a filha dela, mas que a relação com a sogra acabou ficando insustentável, principalmente após o carnaval.

"Eu havia deixado a minha mulher [a adolescente] em casa e ido para um bloco. Eu chamei ela pra ir e ela não quis ir, dizendo que estava com dor de cabeça. [...] A Flávia me disse pra ir só, já que a filha não queria ir. Eu fui para o bloco e, quando voltei, as duas não estavam em casa, estavam num churrasquinho. Eu fui atrás delas, sentei na mesa onde elas estavam comendo. Nesse momento, a Flávia começou a falar um monte de coisa pra mim, disse que eu havia deixado a minha mulher sozinha em casa e ido curtir. Ela ficou brigando comigo, colocando dedo na minha cara, me xingando e falando um monte de coisa. Foi aí então que ela me expulsou da casa dela, onde eu também pagava aluguel para morar", disse Leandro.

Depois dessa discussão, Leandro conta que houve uma briga na casa onde morava com Flávia e a filha dela, que envolveu um outro filho de Flávia e o parceiro dela. "Nós queríamos pegar uma roupa para irmos embora de lá", disse. "Eu acabei voltando pra casa da minha mãe. A minha sogra disse que não queria ver a minha cara, que eu só iria pra lá quando ela não estivesse na residência".

Leandro relatou que, no dia do crime, ele foi até a casa da sogra porque a filha dela disse que a mãe não estaria em casal, mas Flávia acabou chegando antes do tempo. Leandro disse que tentou se esconder da sogra, mas ela o viu e uma nova discussão iniciou.

"Ela foi pro quarto e disse que tinha que encher a minha cara de bala. Foi aí que ela levantou e foi na cozinha, pegou uma faca e veio pra cima de mim. Eu me esquivei, peguei a faca, apertei o pescoço dela e dei um mata leão nela. Ela começou a se debater e gritar, eu tive que segurá-la. Se eu a soltasse, ela sairia dizendo que eu havia tentado matar ela. A minha mulher segurou ela e eu também. Nesse momento, a minha mulher pegou a faca que estava no chão, mas antes ela já havia dado uma pancada na cabeça da mãe. A minha mulher me deu a faca e eu, com a cabeça quente, acabei matando ela. Depois disso, quando eu vi a bagaceira, fiquei sem acreditar no que fiz", confessou.

Logo após cometer o crime, Leandro disse que o casal limpou toda a casa da vítima e colocou o corpo dela em uma geladeira.

"Eu disse para [a adolescente] enrolar a minha sogra em um edredom. A minha mulher limpou a casa, a gente puxou o sangue para o banheiro e limpamos tudo. Eu disse pra minha mulher que não sabia o que fazer, e ela me respondeu que a gente teria que dar um fim nela. Foi nesse momento em que disse que a gente precisaria de ajuda, de alguém pra ajudar nós. Nós enrolamos ela e deixamos o corpo no quarto, para não ficar fedor. Enrolamos ela todinha e a amarramos. E pra não ficar fedor, decidimos colocar o corpo dela na geladeira. Isso tudo foi feito no mesmo dia, na sexta-feira. Não ficamos em casa, fomos dormir em outro lugar. Voltamos no outro dia e o corpo estava na geladeira. Aí pegamos os restos dos móveis e a mudança. E foi isso. Na terça, eu falei com o cara do frete, que eu já conhecia, e ele me disse que iria ajudar. Mas ele não sabia que tinha um corpo dentro da geladeira. Como o corpo era pesado, eu paguei 20 reais para um cara na rua nos ajudar. Ele nos ajudou e colocamos o corpo dentro de uma Pampa. Eu pedi ajuda para o meu pai, pois era muito pesado. Disse que levaríamos a geladeira para casa do meu irmão, mas, no meio do caminho, disse que jogaria ela fora. Foi aí que o cara do frete disse que ficaria com a geladeira, pois tinha valor e ele queria vendê-la no ferro velho. Por conta disso, eu tive que abrir o jogo com ele e contar que havia um corpo dentro da geladeira. Ele ficou nervoso e eu disse que ele teria que ajudar. O meu pai estava no carro e também ficou nervoso, ele não sabia. Aí o cara da Pampa disse que iria fazer, mas que se a polícia fosse atrás dele, era para eu confessar o crime e dizer toda a verdade. Foi aí que entramos em uma rua do bairro de Guaxuma, e jogamos a geladeira fora", contou.

Após ser perguntado se ele se arrependia do crime, Leandro disse que levava uma vida normal. "Eu me arrependo, né. Eu levava a vida normal, trabalhava. Eu só fumava maconha e a minha mulher também fumava. Ela fumava maconha comigo dentro do quarto. Eu conheci a minha mulher no meu antigo trabalho, ela morava bem em frente. Eu gostei dela e ela gostou de mim", finalizou Leandro.

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