JUSTIÇA

Polícia intima ex-funcionários e advogados do Grupo João Lyra

Depoimentos fazem parte da notícia-crime por calúnia, movida pelo desembargador Klever Loureiro
Por Tamara Albuquerque 10/05/2024 - 08:07

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Assessoria
Kléver Loureiro diz que foi vítima de armação
Kléver Loureiro diz que foi vítima de armação

Notícia-crime movida pelo desembargador Klever Loureiro ao Ministério Público de Alagoas pedindo a investigação sobre a "calúnia" contra ele no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entra em fase nova. Pelo menos 44 pessoas, incluindo 28 advogados e 16 credores da Massa Falida do Grupo João Lyra, começam a receber intimações para prestar depoimentos no caso. 

O delegado Alexandre Silva Melo Leite, da Polícia Civil de Alagoas, já expediu intimações e no próximo dia 15 deste mês, alguns denunciantes serão uvidos na Delegacia GEral, em Jacarecica. A informação é do jornalista Volney Malta.

Em 2020, os advogados e credores acusaram o magistrado - então presidente do TJ-AL - em ação no CNJ, entre outras questões, de atrasar deliberadamente o processo de falência do Grupo JL. Mas a denúncia foi arquivada. 

Na denúncia encaminhada ao MP e publicada pelo jornal Extra, Klever Loureiro diz que houve tentativa de lhe imputar "a possível prática de ato ilícito de natureza penal, mesmo tendo plena ciência de sua manifesta inocência", para tirá-lo da relatoria.

Segundo o magistrado, muitos dos advogados envolvidos, que antes moravam em conjuntos populares, agora residem em apartamentos de luxo na orla da capital alagoana e podem ser investigados pela Polícia Federal por enriquecimento sem causa. Caso sejam condenados na ação penal, os advogados e seus supostos “laranjas” podem pegar penas que vão de quatro a oito anos de prisão em regime fechado.

O EXTRA teve acesso à denúncia do magistrado. Conforme o documento, os advogados acusados de participarem do esquema são: Carlos Eduardo Correia da Rocha, Christiane Correia da Rocha, Danilo Gama da Silva, Maria Teresa Santos Cavalcante, Adelita Rodrigues da Silva Boaventura, Luís Filipe Costa Avelino, José Carlos da Rocha, José Nogueira da Rocha Filho, Andréa Gouveia Carnaúba Nogueira, Marconde Correia Barros, Pedro Luiz Pereira Netto, Gilvania Francisco de Souza, André Silva de Araújo, Gerson Alves de Souza Neto, Silvia Duarte Silva, Jubal José da Silva Filho, Eliane Ferreira de Morais Carvalho, Adriano Costa Avelino, Joelson de Rezende Nunes, Nelson Alves de Carvalho Júnior, Milton de Brito Machado Neto, Bruno Henrique Costa Correia, Vinicius Pita Lisboa, Rogerio Jose deBarros Anacleto, Ramayane Aparecida Andrade, Jaqueline Claudino da Silva, Mariana Cunha Santana e Felipe de Melo Carneiro.

Especialistas dizem que o "direito de petição é garantido pela Constituição e não pode ser retaliado, desde que esteja dentro dos limites, sem atingir a honra de ninguém". A OAB de Alagoas e de Minas Gerais acompanham o caso. O setor de prerrogativas da OAB nacional também deve se envolver na questão.

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