Operação Maligno
MP-AL recomenda que prefeitura suspenda contrato com empresa investigada
Determinação também vale para mais quatro cooperativas suspeitasO Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça de Delmiro Gouveia, emitiu uma recomendação determinando a suspensão imediata, no prazo de 48 horas, do contrato firmado entre o Município e a Coopserba Cooperativa de Trabalho e Prestação de Serviços Gerais Específicos (CNPJ nº 18.419.900/0001-33). Além disso, a recomendação inclui a abstenção de contratar outras quatro cooperativas baianas sob suspeita.
A medida foi solicitada pelo promotor de Justiça Frederico Monteiro, que destaca robustos indícios, apurados no processo nº 0800010-56.2023.8.02.0007, ligando essas cooperativas a uma organização criminosa desbaratada na Operação Maligno. As cooperativas sob suspeita são: Moderniza Cooperativa de Trabalho, Serviços Gerais e Administrativos (CNPJ nº 17.524.309/0001-83); Dom Vital Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Saúde (CNPJ nº 32.346.002/0001-23); Confiar Soluções em Serviço Cooperativa de Trabalho (CNPJ nº 45.776.353/0001-16); e Coofemed Cooperativa de Trabalho da Saúde (CNPJ nº 19.322.934/0001-78).
Essas entidades são investigadas por vender facilidades a municípios. Frederico Monteiro, responsável pela Operação Maligno, que expôs a atuação de uma organização criminosa em 20 municípios alagoanos, justificou a recomendação como uma medida preventiva para garantir a legalidade e lisura nas contratações do município de Delmiro Gouveia. Segundo Monteiro, as investigações revelaram práticas de lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/98) realizadas por cooperativas criadas para transações ilegais com municípios.
“Fizemos uma grande investigação sobre a existência da prática de crime de lavagem de dinheiro em cooperativas de trabalhos criadas tão somente para transações ilegais com municípios alagoanos. O Ministério Público tem como obrigação agir e adotar medidas que esbarrem qualquer contratação suspeita. Entre prevenir e remediar, a recomendação visa garantir que em Delmiro Gouveia tudo ocorra dentro da legalidade, de forma lícita, para que não seja mais um município envolvido”, afirmou Monteiro.
O promotor destacou que a prioridade é proteger os recursos públicos destinados ao bem-estar da população e evitar danos sociais ou econômicos. Ele espera que o município acate a recomendação para prevenir e punir efetivamente os crimes de lavagem de dinheiro. “O nosso objetivo é evitar qualquer dano social ou econômico. Na recomendação, deixamos clara a necessidade de combater e punir efetivamente os crimes de lavagem de dinheiro. É inconcebível ignorarmos as transações ou operações suspeitas com a utilização do recurso público que deve ser investido para garantir os direitos do cidadão. Como método preventivo, esperamos que o município acate o que consta no documento mencionado”, concluiu Monteiro.