justiça na berlinda

CNJ decide se abre processo disciplinar contra desembargador do TRF4

Uma das reclamações que está na pauta foi aberta pelo senador Renan Calheiros
Por Redação com Veja 25/06/2024 - 12:00

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O desembargador federal Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região 
O desembargador federal Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região 

O plenário virtual do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começou a votar nesta segunda-feira, 24, quatro reclamações disciplinares contra o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). 

Entre os autores das reclamações está o senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos maiores alvos da Operação Lava-Jato, que questiona a imparcialidade de Malucelli devido a possíveis vínculos pessoais e profissionais com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz federal da Lava-Jato.

Calheiros alega que o filho de Malucelli, João Eduardo Barreto Malucelli, foi sócio de Moro e sua esposa, Rosângela Moro (União Brasil-SP), no escritório de advocacia Wolff & Moro Sociedade de Advogados, em Curitiba.

As acusações também afirmam que Malucelli teria mantido a prisão do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, desrespeitando uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

O corregedor do CNJ, Luís Felipe Salomão, foi o único a votar até agora, sendo favorável à instauração de processos disciplinares contra Malucelli em todos os quatro casos. Se a maioria do colegiado, composto por 15 membros (com duas cadeiras atualmente vazias), seguir o voto do corregedor, Malucelli poderá enfrentar punições que vão desde a censura até a aposentadoria compulsória.

A votação virtual está programada para terminar na próxima sexta-feira, 28 de junho, podendo ser interrompida caso algum membro do CNJ solicite vista.

A principal acusação contra Malucelli, levantada pelo próprio corregedor Salomão, é de que ele teria descumprido uma ordem do STF, emitida pelo então ministro Ricardo Lewandowski, ao manter a prisão de Duran. Salomão destacou em sua decisão que a conduta de Malucelli poderia indicar um desrespeito deliberado à ordem de instâncias superiores.

Além dessas quatro reclamações, Malucelli enfrenta um quinto procedimento, também iniciado por Salomão, baseado em um relatório de correição da Lava-Jato feito pela Polícia Federal. Este relatório aponta indícios de má gestão dos valores arrecadados nos acordos de leniência da força-tarefa. A correição resultou em reclamações contra Moro, a juíza federal Gabriela Hardt, o juiz Danilo Pereira Junior, os desembargadores Loraci Flores de Lima e Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, e o próprio Malucelli. O desembargador Malucelli já apresentou sua defesa nas reclamações pendentes, que aguardam decisão final do CNJ.


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