INSEGURANÇA ALIMENTAR

Fome diminui no Brasil, mas ainda atinge 36,2% em Alagoas

No total, falta comida na mesa de moradores de 423 mil domicílios no estado
Por Adja Alvorável 27/07/2024 - 06:00
Atualização: 27/07/2024 - 07:41

ACESSIBILIDADE

Tony Winston/Agência Brasília
Insegurança alimentar é um desafio complexo e persistente
Insegurança alimentar é um desafio complexo e persistente

Um levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) esta semana mostrou que a fome recuou quase pela metade no Brasil no período entre 2021 e 2023, comparado ao período entre 2020 e 2022. Em Alagoas, a fome também diminuiu nos últimos anos, mas a insegurança alimentar ainda atinge 36,2% dos lares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Segurança Alimentar 2023 mostra que Alagoas é o 12º estado com maior porcentagem de domicílios que sofrem com insegurança alimentar moderada e grave. No total, falta comida na mesa de moradores de 423 mil domicílios.

O IBGE classifica os lares entre aqueles que têm segurança alimentar (com acesso regular a comida e quantidade e qualidade nutricional suficientes) e os que têm insegurança alimentar, subdivididos em três categorias: insegurança leve (incerteza sobre acesso à comida, insegurança moderada (redução da comida para adultos) e insegurança grave (redução da comida também para as crianças).

Veja a situação em Alagoas, segundo a Pnad Contínua:

— Percentual de domicílios com segurança alimentar: 63,8%

— Percentual de domicílios com insegurança alimentar leve: 23,3%

— Percentual de domicílios com insegurança alimentar moderada: 7,3%

— Percentual de domicílios com insegurança alimentar grave: 5,6%

Causas da insegurança alimentar

Embora o Brasil seja um dos maiores produtores agrícolas do mundo, a insegurança alimentar é um desafio complexo e persistente. Isso acontece principalmente pelas disparidades regionais e estruturais que impactam o acesso equitativo a alimentos.

É comum áreas rurais enfrentarem dificuldades devido à falta de infraestrutura, acesso limitado a mercados e variabilidades climáticas. Além disso, a concentração de terras e recursos em determinadas regiões contribui para desigualdades no acesso a alimentos.

Nas áreas urbanas, a população enfrenta desafios como altos custos de vida, falta de empregos estáveis e limitações no acesso a alimentos frescos e nutritivos. Desigualdades socioeconômicas e raciais agravam a situação, afetando grupos vulneráveis de maneira desproporcional. 

Programas sociais foram implementados para mitigar esses problemas. Nacionalmente, há o Bolsa Família e, em Alagoas, há programas como Alagoas Sem Fome em 2023 e iniciativas como o Cartão Alagoas sem Fome, doação de alimentos e construção de uma fábrica de alimentos.

O enfrentamento à fome, entretanto, exige uma abordagem abrangente, segundo especialistas. É preciso implementar práticas agrícolas sustentáveis, investir em infraestrutura, educação alimentar e ações direcionadas aos mais vulneráveis.


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