Justiça

PF transfere policial acusado na execução de Kleber Malaquias

Juíza Eliana Acioly Machado determinou a transferência de Eudson Matos para presídio federal
Por Tamara Albuquerque com TJ de Alagoas 27/10/2024 - 14:03

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Reprodução Instagram
Policial Eudson de Oliveira Matos, acusado no assassinato de Kleber Malaquias
Policial Eudson de Oliveira Matos, acusado no assassinato de Kleber Malaquias

A Polícia Federal de Alagoas transferiu para um presidio federal o policial civil Eudson de Oliveira Matos, acusado no assassinato do ativista político Kleber Malaquias, crime ocorrido em 2020. 

O EXTRA publicou a informação sobre a transferência do acusado com exclusividade. Neste domingo, a decisão da juíza Eliana Acioly MAchado foi confirmada pela assessoria do Tribunal de Justiça de Alagoas. A transferência do acusado, preso este ano e que estava na Central de Flagrantes, em Maceió, foi determinada pela magistrada e cumprida neste sábado, 26.

Segundo a decisão, proferida no último dia 3 e que estava em segredo de Justiça para garantir a segurança dos policiais federais e do próprio acusado, a transferência seria a única solução capaz de garantir ao custodiado sua integridade, especialmente porque o caso é de grande repercussão e envolve poderosos, como já pronunciado nas investigações.

A transferência de Eudson Matos, lotado na Assembleia do Estado de Alagoas, ocorre após ser levado em conta “as informações prestadas pelo próprio Coordenador da Central de Flagrantes, no sentido de que a permanência dos policiais civis no Sistema Alagoano os coloca em risco. A decisão atende o que determina a Lei Estadual nº 3.437/75, que prevê a forma como policiais civis devem ser custodiados”, conforme consta na decisão.

Eudson Matos foi preso preventivamente por determinação do juízo da 3ª Vara de Rio Largo em 03 de setembro de 2024 e, desde então, ficou custodiado na Central de Flagrantes da Capital, “local completamente inapropriado e incapaz de garantir a integridade física dele”, como destacou a decisão da juíza Eliana Machado. Ela retirou, neste domingo (27), o sigilo da decisão a fim de “garantir a imediata efetivação dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa deferidos” ao réu.

Kleber Malaquias foi executado a tiros no dia do aniversário dele, em 2020. Na ocasião, ele estava no Bar da Buchada, em Rio Largo, quando foi assassinado em 15 de julho. Malaquias era conhecido por denunciar desmandos de gestores públicos na cidade, notadamente o atual prefeito Gilberto Gonçalves.

Segundo o MPAL, essa teria sido a motivação do homicídio, elaborado de forma minuciosa, contando com a adulteração de placa de veículos e a habilitação de linhas telefônicas para dissimular a comunicação entre os envolvidos.

Nos autos, o policial civil Eudson Matos teria sido o responsável pelo apoio logístico e financeiro do homicídio de Kleber Malaquias. "Se trata de uma pessoa com autoridade dentro do grupo criminoso, com possível influência sobre os demais integrantes e até mesmo sobre eventuais testemunhas que venha a ser ouvidas no curso do processo", diz trecho da decisão da magistrada.


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