VIOLÊNCIA
Aumenta o número de mortes por intervenções policiais em Alagoas
Foram 69 óbitos em 2023, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança PúblicaEm 2023, o número de mortes decorrentes de intervenções policiais aumentou 35,3% em Alagoas em comparação com o ano anterior, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Foram 69 óbitos no ano passado, contra 51 registrados no ano anterior.
A maior parte das mortes aconteceram durante intervenções de policiais militares. Veja:
Mortes decorrentes de intervenções de policiais civis
2022: 60
2023: 11
Mortes decorrentes de intervenções de policiais militares
2022: 45
2023: 58
No total, o número de mortes decorrentes de intervenções policiais corresponde a 5,7% do total de mortes violentas intencionais em Alagoas. O percentual é maior que os 4,3% registrados no ano anterior.
Em Alagoas, a taxa de mortes decorrentes de intervenções policiais em relação à população é de 2,2, a 4ª maior do Nordeste, ficando atrás da Bahia (12), Sergipe (10,4) e Rio Grande do Norte (2,8).
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é baseado em informações fornecidas pelos governos estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civil, militar e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública.
Mortes violentas intencionais levam em conta os crimes de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, feminicídio e letalidade policial.
No cenário nacional, o Brasil registrou 6.393 mortes por intervenções policiais em 2023, o que significa 3,1 mortes por 100 mil habitantes. O número representa uma redução de 1% em relação a 2022, mas considerando os últimos dez anos (2013 a 2023), a letalidade policial no país aumentou 188,9%.
Segundo o coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, existe um problema sério com relação ao controle sobre o uso da força por parte da polícia:
"São vários sinais de alerta com relação ao necessário controle do uso da força numa sociedade democrática como é a brasileira, e necessariamente demanda da gente uma reflexão mais aprofundada e um debate público mais aprofundado com relação ao papel da polícia no controle da violência, no controle da criminalidade. Porque esses são indicadores que apresentam um uso abusivo da força.”