O Diretório Acadêmico dos Estudantes de Medicina da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) convocou todos os estudantes do curso para uma reunião emergencial na próxima segunda-feira, 18, às 9h, no prédio sede da universidade. O encontro tem como objetivo discutir a tentativa de suspensão do vestibular de Medicina para 2025, proposta em um processo administrativo detalhado no Memorando nº E:148/2024 do Centro de Ciências da Saúde.

A medida, que alega déficit no quadro docente como justificativa, foi duramente criticada pelos estudantes. Em nota de repúdio, o Diretório Acadêmico classificou a proposta como "um verdadeiro desmonte do curso de Medicina", alertando para os impactos negativos na formação acadêmica e na oferta de educação pública em saúde no estado.

Os estudantes afirmam que a suspensão do vestibular não resolve o problema estrutural da falta de professores e ainda agrava as condições já precárias da instituição. Segundo eles, o déficit no quadro docente é reflexo de uma gestão ineficiente, marcada pela ausência de concursos públicos desde 2014. Desde então, aposentadorias, exonerações e falecimentos de professores não foram acompanhados por novas contratações, comprometendo a qualidade do ensino e da formação médica.

A nota destaca que o curso de Medicina da Uncisal, recentemente avaliado com nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC), está sendo enfraquecido por uma política de negligência. Para os estudantes, a solução passa pela contratação urgente de professores qualificados, e não pela interrupção do ingresso de novos alunos.

“Suspender o vestibular é um ataque direto ao curso de Medicina e impacta toda a sociedade alagoana, restringindo o acesso à educação pública e gratuita em saúde, especialmente após a conquista de uma avaliação de excelência pelo MEC”, afirma o documento divulgado pelo Diretório Acadêmico.

Os estudantes pedem o apoio da comunidade acadêmica e da população de Alagoas para pressionar o Governo do Estado a priorizar a contratação de docentes. A mobilização busca garantir a continuidade e a qualidade do curso, considerado essencial para o fortalecimento do sistema de saúde no estado.