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Comitê de pessoas atingidas vai escutar Maceió sobre danos da mineração
Grupo busca uma organização social para iniciar amplo processo de escutaO Programa Nosso Chão, Nossa História, que atua com a reparação de danos morais coletivos decorrentes da mineração em Maceió, está buscando uma organização da sociedade civil (OSC) para a escuta da população atingida pelo desastre. O edital foi lançado nesta segunda-feira, 18 de novembro, e é o primeiro passo para garantir o registro das demandas e anseios das pessoas que moram em Maceió e que foram afetadas pelo afundamento causado pelas atividades da Braskem na capital alagoana.
O edital está disponível no site do Programa (nossochaomaceio.org) e fica aberto até 17 de dezembro. A iniciativa é coordenada pelo Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE) e operacionalizada pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), organismo da ONU especializado em gestão de projetos.
Entre os trabalhos previstos pela organização social a ser selecionada, está a mobilização das comunidades diretamente atingidas pelo desastre e o apoio para que a população participe da escuta, conduzida por educadores sociais em 26 bairros de Maceió. A ação visa alcançar pessoas que residiam nos cinco bairros atingidos — Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Farol e Bom Parto — e aquelas que atualmente vivem em áreas adjacentes, como os Flexais, para identificar demandas coletivas decorrentes dos danos extrapatrimoniais, também conhecidos como danos morais coletivos.
"Sabemos que outras escutas foram realizadas no âmbito dos trabalhos de reparação conduzidos pela Braskem, no entanto, a escuta do Programa pretende compreender de maneira mais ampla a extensão dos danos sofridos pela população, para além dos aspectos financeiros e individuais”, explica a presidenta do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais, Dilma de Carvalho. Ela lembra que muitas pessoas não se sentiram efetivamente ouvidas em outros processos, principalmente ao se levar em conta a complexidade dos danos extrapatrimoniais.
Os danos extrapatrimoniais, também chamados de danos morais coletivos, são aqueles que vão além das questões financeiras, afetando emocionalmente, psicologicamente e moralmente as pessoas e as comunidades. Eles se referem ao prejuízo que afeta a comunidade em seu convívio social, como a perda das relações entre vizinhos, a interrupção dos encontros nas praças durante os festejos, o comprometimento das atividades esportivas, além da diminuição das interações com o meio ambiente e o fechamento de comércios, como o mercadinho que há anos existia no bairro.
A OSC atuará nos territórios para buscar, mobilizar, sensibilizar e apoiar as pessoas atingidas a contarem suas demandas e perspectivas em relação à reparação dos danos extrapatrimoniais. Com base nas informações coletadas, será possível desenvolver estratégias de reparação mais direcionadas e eficazes, promovendo um diálogo contínuo entre a população e o Programa Nosso Chão, Nossa História.
“Incentivamos a participação das organizações da sociedade civil de Maceió, que conhecem os territórios e a realidade atual das comunidades afetadas pelo desastre. A colaboração dessas organizações é essencial para garantir que as vozes da população sejam ouvidas, levando em consideração a diversidade de realidades e perspectivas”, destaca a presidenta do CGDE.
As OSCs interessadas devem juntar todos os documentos exigidos no edital e enviar até o dia 17 de dezembro suas propostas, de forma gratuita, ao e-mail [email protected]. O endereço eletrônico é o canal oficial para responder a dúvidas e repassar orientações. Os requisitos necessários para a apresentação da proposta estão detalhados nos editais, disponíveis no site www.nossochaomaceio.org.
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Quando: 18 de novembro a 17 de dezembro de 2024
Público-alvo: Organizações da sociedade civil (OSCs) de Maceió
Confira o edital:
E-m... para envio das documentações e dúvidas: [email protected]