MEIO AMBIENTE
FPI constata distribuição de água sem tratamento a comunidades ribeirinhas
Concessionária foi notificada para que apresente medidasA Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco), por meio da equipe de Recursos Hídricos (Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário), constatou a distribuição de água sem o tratamento adequado a duas comunidades ribeirinhas do município de São Brás, durante atividade realizada nessa segunda-feira, 18.
De acordo com a Portaria 888 do Ministério da Saúde, a água superficial, oriunda de rios, açudes e barragens, deve, antes de ser distribuída para consumo humano, passar no mínimo por processos de desinfecção e filtração. No entanto, isso não foi constatado nas comunidades Tibiri e Lagoa Comprida, ambas em São Brás e às margens do Rio São Francisco.
Em Lagoa Comprida, durante um teste efetuado no momento da coleta em duas residências, nem a presença de cloro foi confirmada nas amostras. O produto é usado para desinfecção da água bruta.
No decorrer da atuação da equipe da FPI, técnicos da concessionária Águas do Sertão (ADS) que estiveram em Lagoa Comprida receberam uma notificação da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que integra a equipe de Recursos Hídricos. A partir disso, a concessionária deve procurar a Sesau para apresentar quais medidas irá adotar, e em qual prazo, para sanar a situação e garantir água de melhor qualidade aos moradores.
Além disso, a equipe da Vigilância em Saúde Ambiental vai levar diversas coletas efetuadas durante a fiscalização para análise de turbidez e microbiológica, o que será feito em laboratório credenciado em Arapiraca. Quando os resultados estiverem disponíveis, eles serão colocados no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua). Por outro lado, os responsáveis pela distribuição às comunidades poderão ser acionados para prestar novos esclarecimentos.
Captações
Em Porto Real do Colégio, foram identificadas três captações com bombas de grande vazão dentro do Rio São Francisco, sendo uma delas para atender à área indígena da aldeia Kariri-Xocó e duas operadas pela Águas do Sertão. Em São Brás, havia mais duas captações: uma na comunidade Tibiri e outra em Lagoa Comprida, também operadas pela ADS.
Ao longo da vistoria, vários pontos de captação para abastecimento individual a casas de veraneio e espaços de eventos também foram identificados e mapeados. A água, nesses casos, é consumida em estado bruto, isto é, sem nenhum tratamento.
Como todas essas captações estão em rio sob legislação federal, a equipe da FPI fará uma Notificação Qualificada à Agência Nacional de Águas (ANA) para saber se elas possuem outorga junto ao órgão.