Terminou sem acordo a rodada de negociações realizada esta semana entre os sindicatos dos profissionais da enfermagem e os representantes da rede privada de saúde em Alagoas. Os hospitais querem instituir um salário de R$ 1.800,00 para uma jornada de 180 horas mensais na enfermagem. 

A proposta apresentada pelo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), João Leite, e acatada pelos trabalhadores e seus sindicatos era remuneração de R$ 2.100,00. O Sindhospital rejeitou e deve apresentar em até 10 dias úteis a documentação que orientou a contestação da proposta. 

Passado esse prazo, o sindicato dos trabalhadores (Sateal) tem 5 dias para se pronunciar sobre a contestação e os documentos juntados pelo Sindhosp. Também é possível que aconteça alguma negociação entre as partes, caso o sindicato dos hospitais apresente uma contraproposta com valor mais aproximado à proposta rejeitada.

A proposta do Sateal previa o piso em R$2.300, sendo R$2.100 no fechamento do acordo e os 200 acrescidos a partir de janeiro de 2025. Na audiência, uma técnica de enfermagem fez um relato dramático da sua situação como trabalhadora assalariada e cuja renda só consegue alimentar a família. Ela destacou a necessidade do Judiciário alagoano contribuir na causa do trabalhador, considerando que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela negociação por Estado.

O desembargador João Leite destacou que em todos os estados brasileiros, empresas e sindicatos entraram em negociação de Convenção coletiva. “Caso a Alagoas tenha que entrar por meio judicial, ele será o primeiro estado do país a levar o caso a julgamento”, disse o magistrado.