A médica alagoana Carolina Canales, de 29 anos, perdeu a vida em um incêndio ocorrido no domingo, 29 de dezembro do ano passado, em um hotel de luxo em Bangkok, capital da Tailândia. Carolina estava de férias com o namorado, Fernando Lages da Ressurreição, que a havia pedido em casamento durante a viagem. A tragédia interrompeu os planos do casal de passar o Ano Novo em Maceió.

Em entrevista ao Fantástico, a família da médica relembrou sua trajetória marcada pela dedicação à medicina e pelo carinho com que tratava pacientes e familiares. Carolina, que entrou para a faculdade aos 16 anos e se formou aos 23, era vista como um exemplo por todos ao seu redor. 

A tragédia

O incêndio começou por volta das 21h, apenas 20 minutos após Carolina informar à mãe que iria descansar antes de seguir para o aeroporto. O fogo teve início em um quarto no quinto andar, no mesmo corredor onde ela estava hospedada com Fernando.

Ao tentar escapar das chamas, Carolina e o namorado se separaram. Fernando conseguiu descer pelo cano de uma varanda até o terceiro andar, de onde pulou para a rua, mas Carolina acabou entrando no quarto onde, possivelmente, o incêndio teve origem. Ela foi encontrada pelos bombeiros já sem vida, devido à inalação de fumaça. Outros dois turistas morreram, e sete pessoas ficaram feridas.

Últimos momentos e investigação

Durante a viagem, Fernando fez o pedido de casamento, surpreendendo Carolina após sete anos de namoro. Nas redes sociais, a médica compartilhou os momentos da viagem, descrevendo-os como um conto de fadas. Sua última postagem, publicada seis dias após o noivado, foi uma despedida simbólica: “até a próxima”, escreveu ao compartilhar uma foto de um prato típico.

As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas pela polícia tailandesa. O governo local anunciou uma indenização de cerca de R$180 mil às famílias das vítimas fatais.

O retorno e o luto

A família agora aguarda o retorno do corpo da médica ao Brasil. A seguradora responsável pelo traslado informou que trabalha para finalizar o plano de voo. "Ela era uma menina que eu dizia que era a menina dos olhos de Deus. Ela tinha muitos sonhos, uma vida pela frente. Ia fazer muito bem ao mundo. Então, por quê?", relata Lara Canales de Albuquerque, mãe da Carolina.

O Sindicato dos Médicos de Alagoas e o Governo do Estado emitiram notas de pesar, destacando a dedicação de Carolina à profissão e oferecendo apoio à família. Enquanto isso, o namorado da médica, muito abalado, ainda não se pronunciou publicamente sobre a tragédia.

"Eu estou um pouco melhor porque acredito que ela veio aqui nessa missão, foi rápido, e vai estar nos ajudando, nos amando do mesmo jeito", afirma José Cícero Fernandes, pai da Carolina e engenheiro agrônomo.