O empresário Kleber Malaquias pensava em deixar Alagoas por receio das ameaças que sofria por ter feito denúncias contra políticos de Rio Largo, município onde morava. A informação é da doméstica Evany Malaquias, que prestou depoimento por videoconferência no julgamento dos réus acusados pelo assassinato do seu filho, que acontece nesta segunda-feira,17, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. 

Emocionada, disse que foi o dia mais triste da vida receber a notícia da morte do filho no dia do aniversário de 41 anos dele, em 15 de julho de 2020. Segundo ela, Kleber já havia sofrido um atentado antes e estava planejando deixar o estado por medo.

Dona Evany contou que depois da morte de Kléleber, os filhos deles, um casal de 16 e 17 anos, tiveram que fazer tratamento psicológico e tomam medicamentos controlados. Falou da queda do padrão de vida dos adolescentes, que antes da tragédia, estudavam em escola particular e atualmente  estão na rede pública e têm as despesas pagas pelos avós maternos.

Lembrou que Kleber Malaquias sempre deu assistência em casa [dos pais] e que, por conta da morte dele seu marido, Cícero Malaquias, ficou debilitado, vindo a falecer em 2023. Disse que o filho não falou que iria se encontrar com ninguém no dia em que foi morto. Kleber Malaquias era conhecido por fazer denúncias sobre irregularidades envolvendo políticos do município.

O empresário foi executado a tiros dentro do Bar da Buchada em Rio Largo no ano de 2020. Quatro réus do total de sete que são acusados, estão sendo julgados hoje acusados em crime de pistolagem: Edinaldo Estevão de Lima, José Mário de Lima Silva, Fredson José dos Santos e Marcelo José Souza da Silva. O autor intelectual do crime ainda não foi descoberto, segundo o inquérito.

Esta semana, Evany deu entrevista ao site Folha de Alagoas e disse que a expectativa sobre o júri era grande. Ela quer justiça com a condenação dos envolvidos no crime. “Éramos uma família humilde, trabalhadora, mas que foi destruída. Meu filho não era santo, mas não fazia nada de errado, só defendia a justiça e a verdade, contra a corrupção de políticos que só vivem da miséria dos outros”, desabafou Evany.

“Hoje, quem vive corrida sou eu, quem está preso eternamente é meu filho, enquanto os assassinos e os mandantes estão por aí atrás de outros inocentes”, completou ela, que aguarda pelo apontamento do autor intelectual do crime.