crime de mando
Pai de Kleber Malaquias faleceu sem previsão de julgamento de acusados
Cícero Malaquias faleceu em junho de 2023 lutando contra a depressão e suplicando por justiça
Cícero Malaquias, pai do empresário Kleber Malaquias, faleceu no dia 12 de junho de 2023, sem ver a Justiça ser feita pelo assassinato do filho. Ele passou os últimos anos de sua vida lutando contra a depressão e para que os responsáveis fossem julgados, mas morreu sem essa resposta.
Nesta segunda-feira, 17, após adiamentos, quatro dos sete réus denunciados pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) finalmente sentam no banco dos réus. São eles: Fredson José dos Santos, José Mario de Lima Silva, Marcelo José Souza da Silva e Edinaldo Estevão de Lima, este último apontado como a pessoa que atraiu Malaquias para o bar onde foi assassinado.
Kleber Malaquias, conhecido por denunciar crimes políticos em Rio Largo e na região, foi morto a tiros dentro do Bar da Buchada, em Rio Largo, no dia de seu aniversário, em 15 de julho de 2020, vítima de crime de mando, na qual o responsável ainda não foi identificado pelas investigações.
Evany Malaquias, mãe de Kleber e viúva de Cícero, sempre lembra do marido nas redes sociais. "Meu amor, como está doendo estar aqui sem você perto de mim", escreveu. Evany também clama por justiça e lutou para que o crime não caísse no esquecimento.
Ela chegou a mandar uma carta para o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski com informações sobre o caso.
O julgamento dos executores ocorre no plenário da 8ª Vara Criminal de Maceió, no Fórum Desembargador Maia Fernandes. Segundo o MPAL, Kleber foi executado em um crime de encomenda praticado por agentes e ex-agentes da segurança pública do estado.
A acusação é conduzida pelos promotores de Justiça Lídia Malta e Thiago Riff, que sustentam a tese de homicídio duplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima e promessa de recompensa.
Inicialmente, o júri estava previsto para julho de 2024, mas foi adiado após a descoberta de uma fraude processual envolvendo um delegado da cúpula da Polícia Civil de Alagoas.
De acordo com o MPAL e a Polícia Federal, provas falsas foram inseridas no processo para atribuir a execução do crime a um policial já falecido. Um agente da Polícia Civil suspeito desde o início das investigações também foi denunciado pelo homicídio.
A transferência do julgamento de Rio Largo para Maceió foi determinada devido ao contexto político do crime. Após anos de impunidade e manobras que atrasaram o processo, a expectativa é que a Justiça finalmente avance no caso.