O ônibus que despencou da Serra da Barriga em dezembro do ano passado continua no local. O acidente, que completa dois meses na segunda-feira, 24, deixou 20 pessoas mortas e outras 27 feridas.

Segundo informou a Polícia Civil, o veículo não foi retirado da área de mata onde ocorreu a tragédia porque há risco de novo acidente no local, o que impede a realização de perícia necessária para a conclusão da investigação.

“A Polícia Civil, por meio da Delegacia Regional de União dos Palmares, informou que já solicitou oficialmente a retirada do ônibus do local do acidente para poder ser feita a perícia no veículo e o inquérito tenha andamento. Porém, por se tratar de uma área de difícil acesso, é necessário um plano operacional padrão para acontecer essa retirada”, diz a nota.

O ônibus levava 47 passageiros para uma programação em alusão ao mês da Consciência Negra quando apresentou uma falha mecânica na subida da Serra da Barriga, tombou e despencou de uma ribanceira de mais de 400 metros.

O veículo tratava-se de um ônibus escolar cedido pela prefeitura de União dos Palmares. A viúva do motorista que dirigia o ônibus informou que o marido relatou problemas no veículo no dia do acidente.

Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, foi uma das 20 vítimas que morreram. Segundo a viúva, Luciano disse que havia um problema na borracha, que causava defeito no freio.

A Prefeitura de União dos Palmares informou, por meio de nota, que o ônibus envolvido estava com todas as vistorias em dia, conforme documentação e que as informações já foram disponibilizadas pela Procuradoria da Prefeitura aos órgãos competentes.

O delegado Guilherme Iusten, que investiga o caso, diz que o veículo passou por uma vistoria em outubro. Já foram ouvidas testemunhas, sobreviventes e o proprietário do ônibus escolar. A Polícia Civil aguarda a nova perícia no interior do ônibus para entender a dinâmica do acidente e saber de quem é a responsabilidade.