ATÉ 2030

Emissora de SP se inspira na Gazeta e processa Globo para manter contrato

Motivo seria o uso político da emissora por Paulo Oliveira Lima, dono da TV Fronteira
Por Bruno Fernandes 23/07/2025 - 06:02
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Reprodução
Emissora de SP se inspira na Gazeta e processa Globo para manter contrato
Emissora de SP se inspira na Gazeta e processa Globo para manter contrato

A TV Fronteira, de Presidente Prudente, foi à Justiça para seguir afiliada da Globo até 2030, inspirada na ação movida pela TV Gazeta, de Alagoas. A emissora afirma ter sido surpreendida, em outubro de 2024, com aviso de que o contrato não seria renovado. A ação corre desde sábado, 19.

No processo, a TV Fronteira diz ter sido forçada a assinar um aditivo para migrar à TV Tem e evitar “falência imediata, com consequências sociais e econômicas irreversíveis”. Alega ainda “completo desprezo institucional” da Globo e pede a manutenção do contrato por cinco anos.

A Globo já planejava encerrar a parceria desde o primeiro semestre de 2024. O motivo seria o uso político da emissora por Paulo Oliveira Lima, dono da TV Fronteira, que disputou a prefeitura de Presidente Prudente naquele ano.

Levantamento mostra que Lima apareceu de forma positiva em 25 reportagens do Fronteira Notícias no primeiro semestre de 2024. Na eleição, teve 37,28% dos votos e perdeu para Tupã, eleito em primeiro turno com 52,81%.

Outro ponto citado foi um vídeo de Lima divulgado antes da eleição, em que disse existir “mal-estar na sociedade brasileira, provocado pela visibilidade das identidades de gênero”. A fala foi considerada ofensiva contra a comunidade LGBTQIA+.

A Globo tem sido mais rígida na escolha das afiliadas. Entre as normas para a "parceria", executivos e donos não podem usar a posição para se promover politicamente.

Disputa entre Globo e TV Gazeta

A TV Gazeta, principal empresa da família de Fernando Collor, condenado por corrupção, tenta manter na Justiça, desde dezembro de 2023, o contrato de retransmissão com a Globo até 2028. A emissora alega que perder a parceria pode levar à falência, com impacto estimado de até 40 milhões de reais em demissões, além de comprometer acordos para pagar dívidas previdenciárias e com credores.

A Globo contesta e afirma que o contrato foi encerrado de comum acordo, sem obrigatoriedade de renovação, e que a dependência financeira da Gazeta não justifica a continuidade. A emissora ainda cita a condenação de Collor para apontar danos à imagem e argumenta que parte do dinheiro desviado abasteceu contas da TV Gazeta, usadas para comprar carros e uma lancha para o ex-presidente.


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