LEVANTAMENTO

Alagoas tem 5º maior aumento de casos de stalking contra mulheres no Brasil

Violência psicológica também cresceu no estado, superando a média nacional
Por Adja Alvorável 02/08/2025 - 06:00
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© Joédson Alves/Agência Brasil
Em Alagoas, o número de casos subiu de 530 em 2023 para 681 em 2024
Em Alagoas, o número de casos subiu de 530 em 2023 para 681 em 2024

Alagoas registrou um salto de 28,5% nos casos de perseguição contra mulheres em 2024, ficando na quinta posição entre os estados com maior crescimento proporcional desse tipo de violência, também conhecido como stalking. Os dados fazem parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado nesta semana.

Em Alagoas, o número de casos subiu de 530 em 2023 para 681 em 2024, e a taxa por 100 mil mulheres passou de 31,8 para 40,8. O crescimento percentual (28,5%) é superior à média nacional, que foi de 18,2% no mesmo período.

Embora o estado ainda esteja abaixo da média nacional em números absolutos e taxa (87,2 casos por 100 mil mulheres), o ritmo de crescimento preocupa especialistas. “Tanto a ameaça quanto o stalking são crimes com alta subnotificação, já que é necessário que a vítima reconheça a atitude enquanto violência e realize a denúncia", destaca o relatório.

O stalking, junto com a violência psicológica, foi tipificado no Código Penal brasileiro apenas em 2021, o que ajuda a explicar o crescimento progressivo dos registros. 

Ambos os crimes (stalking e violência psicológica) apontam para uma mudança no entendimento sobre o que é violência de gênero. “Essas formas de violência, embora mais sutis ou menos visibilizadas que a violência física, são amplamente vivenciadas por mulheres em sua vida cotidiana”, destaca o documento.

“De um lado, os registros dessa modalidade criminal tendem mesmo a crescer, à medida em que ocorre um processo de aprendizado institucional e social por parte das polícias, dos operadores do direito e das vítimas. Por outro lado, nos surpreende termos números tão elevados de registros em crimes tão recentes, evidenciando que essas formas de violência, embora mais sutis ou menos visibilizadas que a violência física, são amplamente vivenciadas por mulheres em sua vida cotidiana", diz o relatório.

Violência psicológica também cresce em Alagoas

Outro dado alarmante está relacionado à violência psicológica contra mulheres, que também teve crescimento acima da média nacional. Foram 574 registros em 2024, contra 450 no ano anterior, o que representa um aumento de 27,5% (a média nacional foi de 6,3%).

A taxa subiu de 34,0 para 43,4 casos por 100 mil mulheres, aproximando-se da média nacional de 47,6. O relatório chama a atenção para esse tipo de violência.

“A alta prevalência de violência psicológica indica uma percepção maior da subjetividade da violência, e uma compreensão de que este crime deve ser denunciado às instituições de polícia, podendo indicar uma confiança maior neste sentido", detalha o relatório.


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