A lista de ex-presidentes do Brasil que já foram presos chegou a dez nomes nesta semana, com a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário descumpriu medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que o impedia de usar redes sociais, mesmo por meio de terceiros, ao participar de manifestações em 3 de agosto. As informações são da Folha de São Paulo.

Além de Bolsonaro, outros três presidentes eleitos após a redemocratização foram presos: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Michel Temer (MDB) e Fernando Collor (hoje sem cargo eletivo). Também há registros de prisão de chefes do Executivo ao longo da história republicana, em contextos de crises políticas, golpes ou regimes autoritários.

Confira os 10 casos:

Jair Bolsonaro (2019–2022)

Em prisão domiciliar desde 4 de agosto de 2025, por decisão do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi motivada por descumprimento de cautelar no inquérito que investiga tentativa de golpe e ataques à democracia.

Lula (2003–2010 e 2023–2026)

Preso em abril de 2018, após condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Cumpriu 580 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba. A pena foi anulada pelo STF em 2021.

Michel Temer (2016–2018)

Preso preventivamente em março de 2019, em operação da Lava Jato. Solto após 10 dias, por habeas corpus. A Justiça ainda analisa os processos.

Fernando Collor (1990–1992)

Condenado pelo STF em 2023 a mais de oito anos de prisão por corrupção e lavagem. Preso em abril de 2025 e liberado para cumprir pena domiciliar em março do mesmo ano.

Jânio Quadros (1961)

Detido em 1968 durante a ditadura militar, após críticas ao regime. Foi mantido sob vigilância em Corumbá, atual Mato Grosso do Sul.

Juscelino Kubitschek (1956–1961)

Cassado em 1968, foi preso por ordem da ditadura militar e ficou um mês em prisão domiciliar.

Café Filho (1954–1955)

Teve a casa cercada pelo Exército ao tentar retornar à Presidência após licença médica. Foi impedido de retomar o cargo pelo Congresso.

Washington Luís (1926–1930)

Deposto pela Revolução de 1930, foi preso e levado ao exílio após o início da Era Vargas.

Artur Bernardes (1922–1926)

Preso duas vezes. Primeiro em 1932, ao apoiar a Revolução Constitucionalista, e depois em 1939, durante o Estado Novo.

Hermes da Fonseca (1910–1914)

Preso em 1922 por criticar o governo de Epitácio Pessoa. Foi solto por decisão do STF, mas morreu meses depois, em 1923.