Marechal Deodoro
Delegada aponta indícios de homicídio em morte de paciente de clínica
Polícia interditou unidade investigada por maus-tratos e abusos após morte da esteticista
A Polícia Civil interditou, nesta segunda-feira, 25, uma clínica de reabilitação em Marechal Deodoro, litoral Sul de Alagoas, investigada por suspeitas de maus-tratos e abusos contra internos. A ação contou com apoio da Polícia Científica e da Vigilância Sanitária, que recolheu amostras de manchas encontradas nas paredes para análise.
A investigação teve início após a morte da esteticista Claudia Pollyane, de 41 anos, internada na comunidade terapêutica há um ano e três meses. O corpo da paciente apresentava diversos hematomas. “Tudo faz crer que realmente houve um homicídio. Até então nós não havíamos recebido nenhuma denúncia, o que acho estranho diante do que estamos apurando”, afirmou a delegada Liana Franca, que integra a comissão responsável pelo caso.
A clínica pertencia a um casal, já preso. O proprietário foi localizado em um motel no bairro de Guaxuma, em Maceió, no último dia 22, após ser considerado foragido. Ele havia registrado um Boletim de Ocorrência alegando que Claudia sofreu um surto de abstinência. A esposa dele foi detida em 15 de agosto, acusada de maus-tratos e abusos sexuais contra uma adolescente de 16 anos.
Após a morte de Claudia, ex-pacientes e familiares passaram a denunciar casos de negligência e agressões na unidade. Entre os relatos, constam alimentação inadequada, excesso de medicamentos, intimidações e ameaças. Um dos ex-internos declarou ter sido vítima de agressões desde o primeiro dia na clínica e disse que Claudia era o principal alvo entre as mulheres.
Diante da gravidade das denúncias, o delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, determinou a criação de uma comissão com quatro delegadas para aprofundar as investigações.